Secretária dos EUA vai a Pequim para tentar destravar relações

A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, chegou a Pequim no domingo para uma visitade quatro dias, com o objetivo de intensificar os laços comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Washington tem feito gestos que apontam para uma tentativa de melhor as relações com Pequim, que têm sido marcadas por tensões comerciais e diplomáticas. 

A última vez que o líder chinês, Xi Jinping, e o presidente americano, Joe Biden conversaram foi em novembro, durante a reunião do Grupo dos 20, na Indonésia. Os dois países entraram então em um sequência de episódios que só fizeram piorar as relações – desde um suposto balão espião até encontros militares no Mar do Sul da China. No campo econômico também há muitas faíscas. Entre elas, a imposição dos controles de investimento estrangeiro dos EUA na área de tecnologia, 

Atualmente, o governo dos EUA tem atuado junto a nações aliadas na tentativa de interromper o acesso da China a semicondutores avançados. Os chineses, por sua vez, restringem cargas da fabricante de chips Micron Technology e multou a empresa norte-americana Mintz Group em US$ 1,5 milhão por realizar “trabalho estatístico não autorizado”. 

A visita de Gina Raimondo é a primeira de uma secretária de Comércio dos EUA em sete anos e pode ser a mais importante já realizada por um funcionário do governo do presidente Joe Biden. Isso porque passam diretamente por ela decisões relacionadas a restrições no comércio e também temas de promoção do comércio. 

Gina conversou com Biden na quinta-feira e leva na mala a mensagem do mandatário de interesse em melhorar e ampliar o diálogo com a China para aplacar tensões. Entretanto, em conversa com jornalistas em Washington antes do embarque, ela evitou criar expectativas de avanços em disputas centrais. 

Disse que vai defender “uma concorrência saudável, uma concorrência em condições equitativas, jogando de acordo com as regras”. Mas sabe das muitas dificuldades de sua missão. “Também sou muito realista e tenho uma visão clara dos desafios. E os desafios são significativos”, disse ela. 

Sua visita – assim como a visita feita em julho pela secretária do Tesouro, Janet Yellen ao país – tem o objetivo de mostrar a disposição do governo Biden em fazer parcerias com a China em prol, segundo Washington, de desenvolvimento econômico. 

Gina afirmou que os EUA não estavam interessados em “conter o desenvolvimento econômico da China”. E acrescentou: “Queremos que a economia chinesa prospere. Não queremos conter ou reter a China”, disse ela. “Precisamos proteger nossa segurança nacional e, para isso, usaremos nossos controles de exportação em toda a extensão possível.” 

Os controles dizem respeito a chips de computador avançados, microeletrônica, tecnologias de informação quântica e inteligência artificial. Washington alega que as medidas têm um caráter de segurança nacional e não econômico. O objetivo do governo americano é tentar limitar a capacidade da China de usar os investimentos americanos em suas empresas de tecnologia para aprimorar suas forças armadas. Mas ao mesmo tempo procura encontrar um equilíbrio para não comprometer as trocas comerciais que são vitais para as duas economias. O Ministério do Comércio da China disse que recebeu as medidas com “sérias preocupações”. 

A visita da secretária foi classificada pela presidente da Câmara de Comércio dos EUA, Suzanne Clark como “extremamente importante, dada a complexidade e os desafios das atuais relações comerciais entre os EUA e a China e as crescentes preocupações com os riscos e incertezas que as empresas americanas enfrentam no mercado,” 

Gina terá reuniões com autoridades chinesas e líderes empresariais dosEUAemPequimeemXangai. “Sevocêquisercolocarumtítulona viagem e na missão, é proteger o que precisamos e promover o que podemos”, disse ela a jornalistas antes de embarcar. 

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