Por Raphael Almeida Videira
Em tempos eleitorais a pergunta mais questionada é: qual governante é o mais competente?
Conforme texto anterior, o governante não precisa apenas ser carismático, competente, preocupado em sanar os problemas da região onde vive ou qualquer outra característica importante para o eleitor, mas, especialmente, ele precisa sinalizar para a população que ele possui essas características, pois não são todas as pessoas que possuem a proximidade (ou mesmo a intimidade necessária) para perceber tais características. Dessa forma, como fazer para que isso seja percebido e ele possa ganhar a eleição (ou até mesmo eleger um colega de partido)? Será que gastar onde aparece mais para a sociedade é a resposta?
Os gastos do governo podem ser divididos majoritariamente em duas grandes categorias: gastos correntes e de capital. O primeiro pode ser explicado como os gastos necessários para o governo se manter funcionando da forma que está hoje, por exemplo, o gasto com mão-de-obra e insumos para os serviços.
Já o segundo tipo – o de capital – se refere ao gasto que o governo faz para ampliar os serviços públicos, por exemplo, ao construir uma escola nova, um hospital novo ou até mesmo um viaduto novinho em folha.
Assim, se no ano da eleição o governante gasta mais neste último segmento, no primeiro ano do governo seria razoável esperar uma queda brusca deste tipo de gasto para não comprometer a situação fiscal do município. Analisando o gráfico abaixo, temos um padrão bem claro deste comportamento, onde os gastos são mais elevados em ano eleitoral (2004 e 2008) e nos primeiros anos de governo os gastos caem consideravelmente. Porque será que acontece isso? Talvez seja porque o nosso povo vive da mesma forma que aquele velho ditado sugere… A última impressão é a que fica. Será?
Figura 1 – Evolução das Despesas de Capital do Município de São Paulo (R$ Bilhões)
Fonte: Prefeitura de São Paulo