A rede social X (ex-Twitter) está atrasando o acesso a links para conteúdo dos sites da Reuters e do New York Times e de rivais como Bluesky, Facebook e Instagram, de acordo com reportagem do Washington Post.
Clicar em um link da rede social para um dos sites afetados gerava um atraso de cerca de cinco segundos antes que a página pudesse ser carregada, segundo o jornal, que citou testes realizados na terça-feira. A Reuters também observou um atraso semelhante nos testes que realizou.
No final da tarde de terça-feira (15), a X parecia ter eliminado o atraso. Quando contatada para comentar, a rede social confirmou que o atraso foi removido, mas não entrou em detalhes.
O bilionário Elon Musk, que comprou o Twitter em outubro do ano passado, costuma atacar organizações de notícias e jornalistas que fizeram reportagens críticas sobre suas empresas, que incluem a Tesla e a SpaceX.
A Reuters não conseguiu determinar o momento exato em que a X começou a atrasar os links de alguns sites.
Um usuário do Hacker News, um fórum de tecnologia, publicou sobre o atraso na terça-feira e escreveu que a X começou a atrasar os links para o New York Times em 4 de agosto. Naquele dia, Musk criticou a cobertura do jornal sobre a África do Sul e o acusou de apoiar pedidos de genocídio.
Um porta-voz do New York Times disse que não recebeu uma explicação da X sobre o atraso do link.
“Embora não saibamos a lógica por trás da aplicação desse atraso, ficaríamos preocupados com a pressão direcionada aplicada a qualquer organização de notícias por motivos pouco claros”, disse o porta-voz do jornal.
Um porta-voz da Reuters disse: “Estamos cientes da reportagem do Washington Post sobre um atraso na abertura de links para matérias da Reuters na X. Estamos investigando o assunto.”
A Bluesky, uma rival da X que tem o cofundador do Twitter, Jack Dorsey, em seu conselho, não respondeu a um pedido de comentário.
A Meta, dona do Facebook e do Instagram, não se manifestou.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/08/x-ex-twitter-atrasa-acesso-a-conteudo-de-reuters-new-york-times-e-redes-rivais.shtml\