Muitos economistas esperam que a zona do euro entre novamente em recessão nos próximos meses, ampliando a diferença de desempenho em relação aos EUA e a China
A economia da zona do euro está cada vez mais atrás dos EUA e da China, assolada pela persistente alta de novas infecções e crescentes restrições para conter a pandemia de covid-19. Para piorar, o lento processo de vacinação deverá atrasar a recuperação da Europa da pior crise econômica da história.
Dados recentes destacaram a crescente diferença no ritmo de recuperação entre a zona do euro e os EUA e a China, e que deve aumentar neste ano (veja o gráfico), uma vez que os EUA estão agindo mais rapidamente do que a União Europeia (UE) na distribuição de vacinas e a China permanece praticamente livre do coronavírus.
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro encolheu 0,7% nos três meses até dezembro em relação ao trimestre anterior, resultando em uma queda anual de 6,8% para o bloco em 2020, informou ontem a agência de estatísticas da UE. A economia dos EUA teve uma queda menor, de 3,5% no ano passado, enquanto a China cresceu cerca de 2,3% no ano passado.
Desde o início da pandemia, os governos europeus têm adotado restrições mais draconianas para impedir a propagação do vírus do que os EUA. Mas o número de mortos na Europa está se aproximando dos EUA, enquanto seu desempenho econômico tem sido pior.
Também na vacinação a UE está atrás: menos de 3% de suas populações foram imunizadas, contra 9% nos EUA e 14% no Reino Unido, segundo o OurWorldInData.
Muitos economistas esperam que a zona do euro entre novamente em recessão nos próximos meses. “A zona do euro será a última grande economia a retornar aos níveis pré-pandêmicos e sofrerá contínuos hiatos de produção substanciais pelos próximos dois anos”, disse Erik Nielsen, economista-chefe do UniCredit.
