NYT desiste de coalizão para negociar com big techs

O The New York Times deixou as conversas com a News Corp, do The Wall Street Journal, visando formar uma coalizão para defender os interesses do jornalismo perante as Big Techs que vêm dominando o cenário de inteligência artificial nos EUA, segundo o site Semafor.

Além dos dois, também vinham participando das negociações a Condé Nast, que publica The New Yorker e Vogue, e o Axel Springer, de Politico e Business Insider, entre outras editoras. A expectativa agora é que cada grupo feche acordos separados com as empresas de tecnologia.

Segundo um dirigente da Digital Content Next, associação que reúne empresas jornalísticas como NYT e a agência Associated Press, mas não o WSJ, há conversas em andamento entre editoras de maior porte e empresas de IA, buscando estabelecer contratos de licenciamento.

Chris Pedigo, vice-presidente sênior da DCN, em entrevista à revista de publicidade Adweek, detalhou que os eventuais acordos visam compensação financeira aos veículos, pelo uso de conteúdo no treinamento de ferramentas de IA generativa, mas também outros aspectos da relação.

As conversas estariam abordando, por exemplo, como será apresentado o crédito do conteúdo para os veículos e quais serão os mecanismos para reduzir a geração de material com erros de informação, que vêm sendo comuns desde o lançamento do pioneiro ChatGPT em novembro.

Entre as Big Techs à frente do desenvolvimento de IA nos EUA estão a OpenAI, do ChatGPT e que tem a Microsoft entre seus acionistas, o Google e a Meta, do Facebook. Suas ferramentas de IA generativa já estariam usando conteúdo dos veículos para treinamento, sem autorização.

Um primeiro contrato foi fechado entre AP e OpenAI há um mês. Segundo o comunicado conjunto, que não apresentou cifras, “o acordo vê o licenciamento da OpenAI como parte do arquivo de texto da AP, enquanto a AP alavancará a tecnologia e a experiência em produtos da OpenAI”.

Paralelamente, o NYT há duas semanas acrescentou IA aos seus Termos e Condições de Uso, ou seja, às normas com as quais é preciso concordar ao utilizar o aplicativo ou o site do jornal.

Agora, está determinado que não se permite “usar o conteúdo para o desenvolvimento de qualquer programa de software, incluindo, mas não limitado a, treinamento de um sistema de aprendizado de máquina ou inteligência artificial”.

Conteúdo do jornal é definido como o que “abrange mas não se limita a texto, fotografias, imagens, ilustrações, designs, clipes de áudio, videoclipes, ‘aparência e comportamento’, metadados, dados ou compilações”.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/08/nyt-desiste-de-coalizao-para-negociar-com-inteligencia-artificial.shtml

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