Nos EUA, Apple supera Android, em smartphones

A Apple superou os aparelhos Android e passou a ter mais da metade dos smartphones em uso nos Estados Unidos, o que dá à fabricante do iPhone uma posição de vantagem sobre o sistema rival em incursões em outros setores, como os de finanças e saúde.

A barreira dos 50% – maior participação de mercado do iPhone desde seu lançamento em 2007 – foi ultrapassada pela primeira vez no trimestre encerrado em junho, segundo dados da Counterpoint Research. O restante do mercado ficou com cerca de 150 tipos de aparelhos que usam o sistema operacional Android, do Google, com os da Samsung e da Lenovo à frente. 

Os números são baseados nos telefones em uso, conhecidos como “base instalada ativa”, que o diretor de finanças da Apple, Luca Maestri, apelidou de “o motor de nossa companhia”, em teleconferência sobre o balanço, em julho. 

Trata-se de uma base mais ampla e importante do que a de unidades vendidas de novos telefones, que flutuam de trimestre a trimestre e já vinham demonstrando o novo ímpeto da Apple. 

A base instalada ativa leva em conta as milhões de pessoas que entram no ecossistema Apple por meio do mercado de telefones usados, assim como aqueles que continuam usando iPhones comprados em anos anteriores. 

Os smartphones com Android começaram a ser vendidos em 2008, um ano após o lançamento do iPhone, e ultrapassaram a base instalada do iOS em 2010, de acordo com o NPD Group. Mesmo nesses três anos, a Apple nunca chegou perto de 50% de participação, uma vez que as vendas na época eram dominadas por Nokia, Motorola, Windows e BlackBerry. 

executivo-chefe da AppleTim Cook, se prepara para apresentar o iPhone 14 na quarta-feira e a nova conquista indica que a empresa nunca esteve em posição tão competitiva, apesar das persistentes críticas de que teria perdido a iniciativa em termos de inovação. 

Nos últimos anos, o principal evento da empresa, realizado nos outonos americanos, tem consistido muito mais na divulgação de aprimoramentos de aparelhos já existentes do que nos célebres lançamentos de produtos em que o fundador da empresa, Steve Jobs, dizia que ainda havia “mais uma coisa” a apresentar antes do encerramento do evento. 

A Apple deve apresentar os novos iPhones em Cupertino, Califórnia, em seu primeiro evento presencial desde o início da pandemia da covid-19. Os analistas esperam o anúncio de câmeras melhores e o encolhimento do “entalhe” na parte superior da tela onde ficam lentes e sensores, além de uma versão do Apple Watch com materiais mais reforçados. 

Sob o comando de Cook, o iPhone, um produto revolucionário que acabou dando origem a segmentos inteiramente novos, fez da Apple a maior empresa do mundo, com valor de mercado de US$ 2,5 trilhões. 

“Cook pegou o que Jobs lhe deixou e construiu um império a partir disso”, disse Wood. “Porque qualquer pessoa que compre um iPhone – seja de segunda mão, terceira mão ou quarta mão – provavelmente renderá algum dinheiro à Apple ao comprar aplicativos, pagar pelo iCloud, usar a Apple Music ou fazer transações no Apple Pay. E esse é um modelo que ninguém mais conseguiu replicar.” 

Com a penetração do iPhone atingindo um patamar próximo à saturação, Cook passou a investir nas áreas de filmes e TV, publicidade, meios de pagamento, condicionamento físico e saúde, aproveitando uma base instalada mundial de iPhones que ultrapassou 1 bilhão de unidades em 2020. 

O resultado é um conjunto diversificado de receitas a partir desses “serviços”, com taxas constantes de crescimento de dois dígitos percentuais e margens de lucro superiores a 70% – o dobro da alcançada com a venda de aparelhos. 

O número de pessoas que pagam taxas por esse conjunto de serviços chegou a 860 milhões no trimestre encerrado em junho – cerca do dobro do número de assinantes da Netflix e Disney-Plus somadas. 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/09/02/ft-apple-supera-android-com-mais-de-50-pontos-percentuais-dos-smartphones-em-uso-nos-eua.ghtml

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