O British Museum de Londres e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, estão em “conversas secretas” há um ano sobre a possível devolução dos mármores do Partenon de Atenas, informou a imprensa grega neste sábado, 3.
As esculturas antigas, também conhecidas como Mármores de Elgin, foram retiradas do Partenon no início do século 19 pelo diplomata britânico Lord Elgin e, desde então, encontram-se no Museu Britânico. A Grécia pede sua restituição.
As conversas nos bastidores entre o presidente da instituição britânica, George Osborne, e o primeiro-ministro grego acontecem em Londres desde novembro de 2021, segundo noticiou o jornal grego Ta Nea.
O jornal afirma que as últimas conversas foram esta semana, em um hotel no centro da capital britânica, coincidindo com uma viagem de Mitsotakis para promover interesses empresariais de seu país.
As delicadas negociações entre Osborne, um ex-ministro britânico das Finanças, e o premiê grego estão em fase avançada, mas as autoridades gregas advertem que nada exclui um impasse de última hora, avaliou o jornal.
“É possível que se encontre uma solução mutuamente benéfica. As esculturas do Partenon podem ser reunidas e, ao mesmo tempo, pode-se levar em conta as preocupações do British Museum”, declarou Mitsotakis, citado pela agência de notícias grega ANA-MPA.
Neste sábado, o Museu Britânico emitiu um comunicado, no qual disse querer “uma nova parceria com a Grécia para o Partenon” e que está disposto a conversar com Atenas sobre isso. Não deu mais detalhes.
Operamos dentro da lei e não vamos desmantelar nossa grande coleção, já que conta uma história única da nossa humanidade comum”, afirma a instituição no texto.
Desde o início do século 20, a Grécia solicita, oficialmente, a devolução de um friso de 75 metros do Partenon e de uma das famosas cariátides do Erecteion, um pequeno templo na Acrópole. Ambas são peças-chave do museu.
Londres afirma que as esculturas foram adquiridas legalmente”em 1802 pelo diplomata britânico Lord Elgin, que as vendeu para o museu. A Grécia alega, no entanto, que foram elas saqueados enquanto o país esteve sob ocupação otomana./