A Microsoft deu seu primeiro passo para levar o metaverso para a vida nos escritórios, no mais recente sinal de que algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo veem a mistura dos mundos digital e físico como uma das mais importantes novas tendências da computação.
A gigante dos softwares dos Estados Unidos informou que no primeiro semestre do ano que vem os usuários de seu sistema de comunicação Teams poderão aparecer como avatares – ou desenhos animados – em reuniões de vídeo. Trabalhadores remotos também poderão usar seus avatares para visitar espaços de trabalho virtuais, que eventualmente incluirão réplicas dos escritórios de seus empregadores.
Os primeiros movimentos da Microsoft para misturar os mundos físico e virtual são modestos em comparação com a visão expansiva apresentada pelo Facebook na semana passada, quando a companhia de Mark Zuckerberg mudou seu nome corporativo para Meta, para refletir seu novo foco no metaverso.
No entanto, o plano da Microsoft baseia-se em uma tecnologia secreta conhecida como Mesh, que a empresa anunciou este ano para cuidar das interações virtuais
bem mais complexas em diferentes tipos de hardware, de PCs a fones de ouvido de realidade virtual. Além disso, executivos da Microsoft disseram ver a adoção dos avatares pessoais como o primeiro passo de uma progressão em que os funcionários das empresas ficarão cada vez mais confortáveis com as novas formas de interação virtual que hoje podem parecer estranhas.
“Com 250 milhões de pessoas no mundo usando o Teams, a introdução dos avatares será o primeiro elemento do metaverso a parecer real”, disse Jared Spataro, o chefe do Teams.
O Teams tornou-se o software através do qual muitos trabalhadores se comunicam com colegas por chat, reuniões em vídeo e acessam o conjunto mais amplo de ferramentas de produtividade da Microsoft. A companhia disse que integrará seu outro software de produtividade em suas novas experiências virtuais – permitindo aos trabalhadores fazer coisas como apresentações de PowerPoint no metaverso.
Spataro disse que grande parte da motivação para a introdução dos novos tipos de interação digital veio dos desafios que as empresas estão enfrentando com o modelo de trabalho híbrido, à medida que alguns funcionários retornam para os escritórios depois do pior da pandemia, enquanto outros optam por trabalhar de casa.
A Microsoft disse que suas pesquisas mostraram que o uso de avatares pessoais transmite uma sensação de “presença” que torna as reuniões mais envolventes, ao mesmo tempo em que desobriga os trabalhadores de aparecer constantemente diante de uma câmera. As pesquisas também mostraram que os profissionais que estiveram em reuniões em que alguns deles apareciam como avatares também se mostraram mais abertos a usar eles mesmos a tecnologia.
Aparecer como um avatar “parece simples, parece apenas um passo, mas esse é o tipo de passo que acredito que as pessoas estão prontas para dar. Talvez seja até meio alegre no começo”, diz Spataro.
A companhia informou que usará inteligência artificial para fazer os lábios dos avatares parecerem pronunciar as palavras ditas e para adicionar expressões faciais e gestos de mãos.
A abordagem gradual na apresentação dos trabalhadores ao metaverso contrasta com a visão mais revolucionária divulgada pelo Facebook para o futuro das reuniões de trabalho. A rede social recentemente demonstrou uma experiência completa de escritório de realidade virtual, com pessoas usando óculos de realidade virtual para se sentarem em uma sala digital juntamente com avatares de outros trabalhadores.
Comparando o uso pela Microsoft de avatares à experiência de pular direto para reuniões completas de realidade virtual, Spataro disse: “Não é tão estranho quanto. Vamos nos encontrar em um espaço 3D em que não sabemos o que fazer”.
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/11/03/microsoft-se-prepara-para-o-metaverso.ghtml
