O órgão regulador de concorrência do Reino Unido informou nesta terça-feira, 29, que instruiu o Facebook (agora chamado de Meta) a vender a plataforma de imagens animadas Giphy, após apontar que o acordo poderia prejudicar usuários de mídia social e anunciantes britânicos.
A Autoridade de Concorrência e Mercado (CMA, na sigla em inglês) disse que a decisão vai de acordo com as conclusões provisórias que indicam que a aquisição da empresa Giphy pelo Facebook, em maio do ano passado, reduziria a concorrência entre empresas, plataformas de mídia social e no mercado de publicidade gráfica.
“A fusão entre o Facebook e o Giphy já eliminou um potencial concorrente no mercado de publicidade gráfica”, disse Stuart McIntosh, que liderou a investigação independente Facebook-Giphy para o CMA.
“Ao exigir que o Facebook venda o Giphy, estamos protegendo milhões de usuários de mídia social e promovendo a concorrência e a inovação na publicidade digital”, acrescentou.
O Facebook disse que pode recorrer da decisão do CMA.
“Estamos revisando a decisão e considerando todas as opções, incluindo o recurso”, disse um porta-voz da Meta em um comunicado.
Em outubro, o CMA impôs cerca de US$ 70 milhões à empresa por violar uma ordem imposta durante sua investigação sobre o negócio, tendo sugerido em agosto que o Facebook poderia precisar vender o Giphy.
Em maio de 2020, o Facebook comprou o Giphy, um site para criar e compartilhar imagens animadas, ou GIFs, por US$ 400 milhões para integrá-lo em seu aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram.
O movimento foi feito em um momento de crescimento do TikTok, o app chinês de ferramentas espertas e vídeos divertidos. Sem poder comprar o rival, como já com o Instagram e o WhatsApp, ou atingir sucesso com serviços muito similares, o Facebook resolveu apostar nos recursos de outras plataformas populares. A rede social já tinha tentando o negócio com o Giphy em 2015.
A decisão do regulador britânico, porém, reflete a mudança de clima para as gigantes da tecnologia na Europa. Por lá, nomes como Facebook, Amazon e Google estão na mira das autoridades por práticas anticompetitivas e por supostas posições de monopólio. A ideia é que movimentos que permitiram a compra de Instagram e WhatsApp pela empresa de Mark Zuckerberg sejam evitados.