O Facebook alertou nesta quarta-feira que as mudanças de privacidade planejadas pela Apple para o próximo sistema operacional do iPhone “afetarão desproporcionalmente” os milhares de desenvolvedores que usam uma ferramenta do Facebook para veicular anúncios em aplicativos externos.
Em seu blog, o Facebook disse que está fazendo várias mudanças em seu negócio de publicidade em resposta às novas regras da Apple, que exigem mais notificações do usuário para rastrear anúncios e entrarão em vigor com o lançamento dos novos iPhones.
O Facebook também disse que considera descontinuar nos iPhones a ferramenta Audience Network, que desenvolvedores implementam em seus aplicativos para veicular anúncios.
Por sua vez, o Facebook coleta dados sobre os usuários dos aplicativos em que veiculam esses anúncios, que usa para desenvolver uma segmentação altamente personalizada do negócio.
A Apple forneceu por anos uma ferramenta chamada identificador para anunciantes, ou IDFA, que permitiu ao Facebook e outros rastrearem usuários em aplicativos.
Mas em junho, a fabricante do iPhone disse que tal atividade exigirá uma notificação dizendo que o aplicativo “gostaria de permissão para rastreá-lo em aplicativos e sites de outras empresas”. Os especialistas em publicidade digital esperam que a maioria dos usuários se recuse a conceder a permissão.
Como opção às ferramentas de rastreamento que fornecia antes aos anunciantes, a Apple criou uma nova tecnologia de rede de publicidade que, segundo ela, protege melhor a privacidade do usuário. O Facebook anunciou nesta quarta-feira que vai parar de usar as ferramentas de rastreamento mais antigas da Apple em seus próprios aplicativos e adotar a nova, embora tenha dito que a nova tecnologia da Apple “limita os dados disponíveis para as empresas executarem e medirem as campanhas”.
John Nardone, presidente-executivo da empresa de software de veiculação de anúncios Flashtalking, disse que a decisão da Apple de restringir seus negócios de publicidade pode ser vista como anticompetitiva ao aumentar os preços para consumidores acostumados a aplicativos gratuitos que possuem anúncios.
“Há interesse próprio na Apple fazer isso porque conforme o fluxo de receita de publicidade se torna mais difícil, os aplicativos precisam cobrar dos usuários e a Apple, como você sabe no caso da Epic Games, fica com 30% disso”, disse Nardone.
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