Em Tóquio, os atletas brasileiros não só alcançaram a marca de 100 medalhas de ouro em jogos paralímpicos como garantiram lugar no pódio das redes sociais. Entre 23 e 31 de agosto, o Brasil foi o segundo país a publicar mais posts sobre a Paralimpíada no Twitter, em todo o mundo, atrás apenas do Japão, anfitrião dos jogos.
A natação aparece como esporte mais comentado entre a abertura dos jogos, em 24 de agosto, e terça-feira desta semana, segundo o levantamento da rede social. A modalidade segue em alta especialmente pelas medalhas conquistadas – 20 até ontem – nos jogos paralímpicos. Os destaques na modalidade são Daniel Dias, o maior medalhista paralímpico brasileiro, que se aposenta após a competição em Tóquio acumulando um histórico de 27 medalhas, e Maria Carolina Santiago, que conquistou três medalhas de ouro em Tóquio, quebrando um jejum de 17 anos sem ouro para as nadadoras brasileiras na Paralimpíada.
Depois da natação, as modalidades golbol – esporte coletivo com bola, praticado por atletas com deficiência visual -, judô e esgrima em cadeiras de rodas são as mais comentadas pelos brasileiros na rede social.
Os nadadores paralímpicos também se destacam entre os cinco perfis que mais atraíram novos seguidores durante a competição.
O atleta Gabriel Bandeira, que já conquistou quatro medalhas na natação em Tóquio, incluindo uma de ouro nos 100 metros borboleta (S14), teve o maior avanço em número de fãs na rede social Instagram entre os atletas brasileiros. Seu perfil saiu de 1.845 seguidores, antes da abertura dos jogos, para mais de 18,4 mil até ontem, segundo um levantamento do Facebook.
No topo do ranking dos atletas brasileiros com mais fãs está Raíssa Rocha Machado, prata no lançamento de dardo para atletas cadeirantes, em Tóquio, com 130 mil seguidores no Instagram e 39,5 mil na plataforma de vídeos TikTok.
O potencial de disseminação de conteúdo nas redes sociais chamou a atenção do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). Em parceria com o Facebook, o IPC criou uma campanha que pretende dar mais visibilidade às 1,2 bilhão de pessoas que vivem com algum tipo de deficiência e representam 15% da população global.
A série de quatro vídeos exibida na rede social mostra histórias de como o esporte trouxe mudanças em quatro comunidades com deficiência ao redor do mundo. O episódio sobre o Brasil conta as histórias da Associação Bola pra Frente, de esportes adaptados, e de Daniel Nunes, que conheceu o futebol para amputados no Facebook.
“Essa é uma campanha que durará dez anos e vamos apoiá-la”, diz Leonardo Lenz Cesar, diretor de Parcerias Esportivas do Facebook para a América Latina, ao Valor. A empresa de Mark Zuckerberg também apoia os comitês paralímpicos latino- americanos na formação de influenciadores digitais, incluindo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Nesta quarta-feira, oitavo dia de competições em Tóquio, Daniel Dias, se despediu das piscinas, com 27 medalhas paralímpicas, três delas conquistadas neste ano, segundo a Folhapress.
Carol Santiago conquistou seu terceiro ouro, nos 100 metros peito classe SB12, e deixa a competição com cinco medalhas, melhor desempenho individual do país no
Japão. Cecília Araújo, prata nos 50 metros livre S8, e Talisson Glock, bronze nos 100 metros livre S6, também foram ao pódio na natação.
Na bocha, Maciel Santos e José Carlos Chagas de Oliveira conquistaram bronzes ao vencerem disputas pelo terceiro lugar. No tênis de mesa, o Brasil encerrou a sua participação com o terceiro bronze, da equipe feminina nas classes 9 e 10.
Com mais seis medalhas, o Brasil agora soma 48 em Tóquio: 15 ouros, 12 pratas e 21 bronzes, na sétima posição do quadro geral. O 15o título fez o país superar o desempenho dos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, quando conquistou 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. O recorde de ouros são os 21 de Londres, em 2012.