Cerca de 17,1 milhões de pessoas assistiram à entrevista de Oprah Winfrey com o príncipe Harry e a duquesa de Sussex, Meghan Markle, transmitida na noite de domingo pela rede de televisão CBS, na qual o casal explicou porque decidiu deixar a linha de frente da realeza britânica. Os dados preliminares da audiência são da Nielsen.
Executivos do setor da propaganda disseram que a CBS vendeu espaços de 30 segundos para comerciais durante o programa por cerca de US$ 325 mil – duas vezes o preço normal do espaço de propaganda nos programas mais dramáticos tipicamente exibidos aos domingos entre as 20h e as 22h.
A entrevista de duas horas, em que Meghan revelou ter tido pensamentos suicidas após ter entrado para a família real e acusou alguns no que ela classificou como o establishment do racismo, também repercutiu muito nas redes sociais e na imprensa britânica.
O número de 17,1 milhões de telespectadores deverá aumentar quando os dados finais estiverem disponíveis e as visualizações posteriores pela internet forem somadas. Sem dúvida foi um dos eventos mais assistidos na atual temporada televisiva dos EUA. No entanto, os números são bem menores que os do Super Bowl, a final do campeonato da liga principal de futebol americano. O grande jogo conseguiu uma audiência de mais de 90 milhões na CBS no mês passado.
A audiência mostra que ainda existe um grande fascínio pela família real britânica nos Estados Unidos. Uma das sérias mais populares da Netflix é “The Crown” [“A coroa”], um drama que acompanha a família real durante o reinado da rainha Elizabeth.
Um número bem menor de pessoas assistiram o programa do que outras entrevistas anteriores bastante aguardadas. Cerca de 70 milhões de pessoas viram Barbara Walters entrevistar Monica Lewinsky em 1999. Nos últimos anos a televisão ficou muito mais fragmentada, tornando mais difícil obter grandes audiências com exceção de grandes eventos jornalísticos ou esportivos.
A CBS conseguiu a conversa de domingo após firmar um acordo avaliado entre US$ 7 milhões e US$ 9 milhões com a Harpo Productions de Oprah Winfrey, segundo informou o “The Wall Street Journal” na semana passada.
O príncipe Harry e Meghan Markle não foram remunerados pela entrevista, segundo disse Winfrey durante a transmissão. Uma porta-voz do casal também disse ao “The Wall Street Journal” na semana passada que não haveria remuneração pela entrevista.
Executivos do setor da propaganda disseram que a CBS vendeu espaços de 30 segundos para comerciais durante o programa por cerca de US$ 325 mil -duas vezes o preço normal do espaço de propaganda nos programas mais dramáticos tipicamente exibidos aos domingos entre as 20h e as 22h. Segundo uma fonte a par do assunto, os direitos do programa continuarão com a Harpo.
Para Oprah Winfrey, a entrevista e a grande audiência mostram que ela ainda consegue atrair um público importante e que ela é a pessoa certa a se procurar para conversas que se transformam em acontecimentos. “Não há dúvidas de que Oprah foi a maior estrela da entrevista”, disse Robert Thompson, professor de televisão e cultura popular na S.I. Newhouse School of Public Communications da Universidade de Syracuse.
O príncipe Harry e Meghan precisaram dela para se consagrar como realeza nos EUA, acrescentou Thompson. “Ser consagrado na realeza americana exige uma visita à rainha, que é Oprah. Isso foi Oprah assinando os papéis de adoção dos dois”, afirmou ele.
Além de continuar supervisionando sua poderosa empresa de produção, Winfrey tem um acordo para a criação de conteúdo para o serviço de “streaming” da Apple. Ela está trabalhando em um especial sobre saúde mental para a Apple TV+ com o príncipe Harry.