Uma série de dados econômicos fracos sobre a França, a Alemanha e a zona do euro sinalizou ontem uma perspectiva de crescimento mais fraca para o bloco, reforçando os argumentos da ala dos membros do Banco Central Europeu (BCE) que defende mais cortes nos juros e compras de bônus.
O crescimento da economia francesa desacelerou no segundo trimestre em razão dos gastos menores das famílias e o ânimo do consumidor alemão piorou pelo terceiro mês seguido, contribuindo para os sinais de que a economia da zona do euro como um todo está esfriando.
Os sinais de fraqueza das duas maiores economias do bloco reforçam a avaliação do presidente do BCE, Mario Draghi, de que as perspectivas de crescimento estão se deteriorando e o banco precisa dar mais estímulos monetários.
Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor, harmonizado para se tornar comparável a outros números da zona do euro, caiu de 1,5% em junho para 1,1% em julho, segundo dados preliminares. Além disso, o indicador GfK de sentimento do consumidor, baseado em uma pesquisa com cerca de 2.000 alemães, caiu de 9,8 pontos em junho para 9,7 em julho. É a menor leitura desde abril de 2017.
Contribuindo para as perspectivas menos otimistas, o sentimento econômico na zona do euro se deteriorou, caindo ao patamar mais baixo em três anos em julho, segundo dados da Comissão Europeia divulgados ontem.
Na França, o PIB cresceu 0,2% no período abril-junho, em relação a 0,3% nos três meses anteriores, segundo dados preliminares. Os gastos das famílias, o motor do crescimento francês, cresceram apenas 0,2%.
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