A crise na fronteira entre Belarus e países da União Europeia (UE), especialmente com a Polônia, levou a premiê da Alemanha, Angela Merkel, a interceder e conversar com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, duas vezes esta semana, a última nesta quarta-feira (17).
As negociações resultaram em ações humanitárias no local da crise. Belarus ofereceu abrigo para alguns dos migrantes presos na fronteira. Mais de 1 mil
O bloco europeu acusa Lukashenko, o presidente conhecido como o “último ditador da Europa”, de criar a crise para pressionar a UE depois que sanções econômicas foram aplicadas contra o regime por causa da repressão violenta contra manifestantes que acusavam fraude na sua última reeleição. O presidente chegou a ameaçar cortar o fornecimento de gás para os países europeus.
A conversa entre Merkel e Lukashenko chegou “a um certo entendimento”, segundo a agência Belta. O assunto agora será resolvido em conversações no nível Belarus- União Europeia, algo que a Polônia não queria.
Merkel conversou também com o presidente russo, Vladimir Putin, aliado de Belarus, na semana passada. O governo alemão disse que Merkel “ressaltou a necessidade de garantir atendimento humanitário e a oportunidade de retornar para as pessoas afetadas”.
Isso no dia seguinte aos mais violentos confrontos entre forças de segurança e os migrantes na fronteira.
Soldados poloneses usaram canhões de água e gás lacrimogêneo para evitar que os migrantes entrassem no país. Nove poloneses ficaram feridos. Segundo o serviço de fronteiras da Polônia, foram 161 tentativas de entrada ilegal no território. pessoas estão acampadas nas fronteiras com a Polônia e a Lituânia, enfrentando baixas temperaturas e condições precárias, esperando entrar na União Europeia desde Belarus.
O governo polonês estima que 7 mil migrantes estão em Belarus com planos de entrar na União Europeia e anunciou a construção de um muro na fronteira.
O porta-voz de Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o presidente Vladimir Putin e Lukashenko discutiram “caminhos para resolver a crise” e apelou ao início de conversações diretas entre a UE e Minsk, o que ficou resolvido na reunião com Merkel nesta quarta-feira