Economistas estão mais pessimistas com a economia chinesa, reduzindo ainda mais suas previsões de crescimento para 2022 e vendo riscos persistentes para o próximo ano, à medida que persistem os problemas no mercado imobiliário e os surtos de covid.
A economia deve crescer apenas 3,5% este ano, abaixo da previsão anterior de 3,9%, de acordo com a última pesquisa trimestral com economistas da Bloomberg.
As projeções de crescimento para os três primeiros trimestres de 2023 também foram reduzidas (em 0,1-0,4 ponto percentual), embora a mediana para ano todo tenha ficado inalterada em 5,2%.
Essas reduções sugerem que os economistas não estão convencidos de que as recentes medidas de estímulo de Pequim – que incluem um pacote de US$ 146 bilhões, em boa parte para gastos em obras de infra-estrutura, além de cortes nas taxas de juros – possam ajudar a conter a desaceleração.
Brendan McKenna, economista internacional da Wells Fargo, disse que há riscos de mais quedas nas previsões de crescimento “em meio a um setor imobiliário ainda em dificuldades e restrições seguidas relacionadas à covid”. Seu cenário base é que a economia crescerá pouco mais de 3% neste ano, mas ele vê risco de a atividade econômica continuar a desacelerar.
A crise imobiliária se agravou neste ano, com mutuários boicotando o pagamento do financiamento por causa de imóveis não entregues. Mais recentemente, as altas temperaturas e a seca causaram escassez de energia elétrica e a paralisação de algumas fábricas.
O governo fixou de início a meta de crescimento do PIB de cerca de 5,5% para este ano. Com a desaceleração forte durante o ano e os seguidos surtos de covid, as autoridades têm baixado a expectativa. O país nunca deixou de bater a meta por uma margem tão grande.
Além dos desafios atuais, os riscos subjacentes, como a demografia, manterão o crescimento abaixo de 5% nos próximos anos, disse Raymond Yeung, economista-chefe para a Grande China no Australia & New Zealand Banking Group.
“Nossa visão central continua sendo de que uma economia envelhecida continuará a mudar de velocidade nos próximos três anos”, disse ele. “O crescimento potencial continuará a diminuir, dada a falta de melhora da produtividade.”
As exportações devem seguir com expansão forte. Os economistas elevaram suas projeções para alta de 8,7% (de 7,5%) no ano. Já a projeção para as importações caiu para alta 4%, tanto no terceiro como no quarto trimestres deste ano.
