O tradicional The New York Times – 161 anos de história – decidiu fazer uma ousada mudança: permitir que anunciantes patrocinem notícias em seu website. A proposta procura imitar os novos modelos de negócios usadas por jovens empresas como o “Buzz-Feed”, o site famoso por suas matérias em forma de lista.
O jornal, de fato, procura novas formas de receita após dez trimestres consecutivos de queda de venda nos anúncios. A receita publicitária anual conheceu uma queda muito forte: de US$ 1,27 bilhão em 2006 para US$ 711,8 milhões em 2012. Porém, ao adotar novos patrocínios, o jornal deixará bem claro se o texto é um anúncio ou uma notícia, “sem enganar ou confundir o leitor”. A equipe de publicidade do jornal confirmou que está sempre “estudando novos formatos” incluindo conteúdo personalizado e anúncios em formato personalizado.
Experiências deste tipo já foram feitas no jornal, como mostrou matéria do próprio New York Times, assinada por Edmund Lee, traduzida no Estadão de 1º de junho, pg B11: um anúncio da montadora Jaguar usou falsa matéria, noticiando a chegada de um novo modelo, mas o carro atrapalhava ver a matéria e o texto desaparecia quando leitor clicava o botão “fechar”, ficando só a imagem do produto.
O presidente do Conselho do New York Times e o diretor presidente do jornal aceitaram oferecer maiores oportunidades de patrocínio a anunciantes. Mas, uma grande parte do valor do jornal vem de sua reputação, por isso é arriscado experimentar modelos que ameacem as linhas do jornalismo, dizem os acadêmicos das escolas de jornalismo. Porém, os analistas econômicos afirmam que, se a empresa quiser recuperar receita, será preciso criar outra estrutura publicitária.