Nas fábricas de automóveis, mão de obra feminina cresceu 86% em seis anos

Pode esquecer a relação entre fábrica e serviço muito pesado. O exemplo das montadoras de automóveis é só o mais conhecido. Automação e mecanização reduziu pesos. Se no passado operários carregavam equipamentos pesando mais de 30 quilos para apertar rodas de caminhões, hoje este trabalho é feito por máquina suspensa de fácil manuseio capaz de apertar cinco parafusos simultaneamente. Essa evolução abriu o caminho para a presença de mulheres em número cada vez maior nas montadoras.

Números do banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que todas as empresas são obrigadas a fornecer, mostram que a ocupação feminina na indústria automobilística, incluindo autopeças, aumentou 86% nos últimos seis anos. Só nas fábricas de carros elas ocuparam 660 das vagas criadas neste ano.

Nas linhas mais modernas, portanto mais automatizadas, a presença das mulheres pode ser ainda maior. Como mostrou matéria do Valor Econômico, edição de 20/10, pg B4, na fábrica da Hyundai, que opera no interior de São Paulo, mulheres respondem por mais de 20% da mão de obra em linhas produtivas. Não é diferente na fábrica da Mitsubishi em Catalão, Goiás, que recebeu investimentos de mais de US$ 1 bilhão em mecanização.

Porém, os principais postos de comando nas montadoras seguem nas mãos dos homens. Os números da RAIS mostram que apenas 19 mulheres chegaram a postos de direção nas empresas automotivas. Apenas em 2010 uma mulher chegou à presidência de uma montadora de carros no Brasil, com a nomeação de Denise Johnson para o comando da General Motors. Denise, porém, não chegou a ficar oito meses no cargo.

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