Mudaram os números da educação superior no Brasil. E para melhor

O Censo da Educação Superior 2011, divulgado ontem pelo MEC, mostrou algumas mudanças no ensino universitário. O destaque ficou com o aumento do número de jovens negros neste nível de ensino. Entre 1997 e 2011, a proporção de negros e pardos na universidade triplicou no Brasil: entre 18 e 24 anos apenas 1,8% desses jovens frequentavam ou concluíram o ensino superior em 1997; no ano passado essa proporção alcançou 8,8%.
O MEC divulgou esse dado no dia seguinte em que foi publicada a portaria que define a Lei de Cotas. Já no próximo vestibular, 12,5% das vagas nas universidades federais serão destinadas a alunos de escolas públicas, chegando a 50% em quatro anos. O Censo, aliás, revelou também que a matrícula nas instituições federais cresceu mais, entre 2010 e 2011, do que nas escolas privadas.
As autoridades do MEC insistem que apesar da importância desse crescimento na matrícula dos jovens negros e pardos, a porcentagem deles na universidade ainda é bem menor do que o peso populacional que eles têm na sociedade brasileira. O IBGE mostrou que em 2010, 51,17% dos brasileiros eram negros, pardos ou indígenas.
Há outro dado importante no Censo: entre os 20% dos jovens da população de menor renda, em 2011, 4,4% freqüentavam ou concluíram o ensino superior. Em 2004, eram apenas 0,6% e em 1997, 0,5%. Ou seja, não aumentou apenas o número, aumento a velocidade de progressão. Este é o aspecto mais importante.
A matrícula que mais cresceu foi a dos cursos tecnológicos, um avanço de 11,4% entre 2010 e 2011. Os números absolutos da educação superior são: em 2011, 6.739.689 matriculados nesse nível de ensino no País. Destes, 1.773.315 em instituições públicas e 4.966.374 nas particulares.
Não existem apenas boas notícias: as matrículas para as Licenciaturas, que formam novos professores do ensino básico, estagnaram: a diferença entre 2010 e 2011 não chega a 0,1%. Em cursos como Física e Química, as matrículas recuaram.

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