IBGE: celular e internet já mudaram a “cara” do Brasil

Celular combina com criança? Ou melhor, tecnologia da informação (TI) combina com pré-adolescente? Só não aceita essa premissa quem dispensa a realidade. Aí não tem jeito… É bom saber que 7,2 milhões de crianças entre 10 e 14 anos tinham telefones celulares em 2011. Esse número representa 41,9% dos brasileiros nessa faixa etária. Em 2009 eram 29,3% dessa faixa, Aumentou 2,1 milhões em dois anos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, de 20111, do IBGE.
A pesquisa mostrou um quadro novo sobre TI e a população: 78 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais entraram na rede em 2011, aumento de 14,7% em relação a 2009. Apesar da grande expansão, ainda menos da metade dos brasileiros tem acesso á internet. É importante saber que a faixa etária com maior acesso é a de 15 a 17 anos, 74,1% estão conectados. Na faixa entre 18 e 19 anos já cai um pouco, 71,8%. Quem menos acessa a rede está na parcela da população com mais de 50 anos, 18,4%; a porcentagem aumenta bem a faixa entre 40 e 49 anos: 39,1% de convivência coma rede.
Acesso à internet tem vários gargalos, o maior deles é a dificuldade de contato com os equipamentos. O preço ainda é impedimento para parte considerável da população. A contínua redução do preço dos smartphones, asseguram os especialistas, deve aumentar bem o acesso: com a mesma despesa a pessoa tem convergência, telefone e internet. O PNAD mostrou que nas classes C e D os gastos mensais com telefone ficam em torno de R$ 8 a R$ 10 (isso mesmo, oito a dez reais) e todos os analistas de TI afirmam que a internet “não pode custar mais que isso” para que o acesso à rede se multiplique no País.
Acesso a TI tem tudo a ver com melhoria profissional. O PNAD mostrou também que o total de trabalhadores com carteira assinada cresceu muito no Brasil: em 2011 33,9 milhões de brasileiros tinham emprego formal, 11,9% a mais do que em 2009. Alguns economistas mostraram que carteira assinada significa comprovação de renda, o que significa autorização para tomar um empréstimo no banco. O acesso à internet permite o conhecimento de vagas no mercado formal de trabalho e a interação em redes sociais que abre inúmeras oportunidades de contato.
Sobre a questão: por que tantos pré-adolescentes têm celular? O especialista em cultura do consumo, Eduardo Ayrosa, em declaração ao Estadão de sábado, lembrou que nessa faixa etária os pré-adolescentes “estão construindo sua identidade em que o consumo fala muito forte” e o celular é “instrumento de identificação porque é fundamental que se sintam aceitos” E conclui: “para esta geração usar celular é como escrever”.
Esta é uma visão. Para outros analistas a educação digitalizada ajuda a eliminar barreiras tecnológicas facilitando novas formas de aprendizagem. Sem dúvida este é um bom debate.

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