Facção radical islâmica será combatida por 26 países

A decisão está tomada: derrotar o Estado Islâmico. A questão é como fazer isso?  A conferência em Paris, com a participação de 26 países e de três entidades –ONU, União Europeia e Liga Árabe—formou uma coalizão para combater a milícia radical Estado Islâmico (EI) no Iraque.

A questão é que o “inimigo” não domina apenas o Iraque. O EI controla parte do norte iraquiano, além de faixas do oeste da Síria, onde proclamou um califado –Estado regido pela lei islâmica e já avança até no Líbano.

Os participantes do encontro na França concordaram em apoiar o novo governo iraquiano “de todas as formas necessárias” como mostrou matéria da Folha de 16/09, pg A12.

O comunicado conjunto divulgado após o fim da reunião, porém, é genérico e não fala em bombardeios ou envio de tropas terrestres.

O texto se limita a oferecer “ajuda militar apropriada, correspondente às necessidades expressadas pelas autoridades iraquianas e de acordo com o direito internacional e a segurança das populações civis”.

“A luta do Iraque contra os terroristas é também a nossa luta. Devemos empenhar-nos juntos, este é o objetivo desta conferência”, disse, na abertura, o presidente francês, François Hollande.

Os EUA afirmam que países árabes se ofereceram para realizar ataques aéreos contra a facção radical no Iraque, medida tomada apenas por Washington até agora. “Temos países nessa região [Oriente Médio] e fora dela preparados para fornecer ajuda militar, caso isso seja necessário”, disse o secretário de Estado americano, John Kerry.

Alguns ataques já aconteceram. Os Estados Unidos bombardearam áreas dominadas pelo Estado Islâmico em Sinjar, no norte do Iraque, e na periferia de Bagdá. Foi o primeiro ataque americano ao país após ser formada a coalizão militar. A Força Aérea francesa também realizou voos de reconhecimento militar no Iraque. O governo francês, porém, descarta agir na Síria por limitações legais e militares.

Porém, “Estamos prontos para ajudar o governo iraquiano, que pediu ajuda, mas não a ditadura de Bashar al-Assad”, disse um diplomata francês.

O Estado Islâmico é uma das forças enfrentadas pelo regime sírio na guerra civil do país, iniciada em 2011. Na semana passada, o presidente americano, Barack Obama, disse que não hesitaria em atacar o território sírio.

A posição, porém, é criticada nos EUA por seu benefício a Assad e também conta com a resistência de Rússia e China, que apoiam Assad. Nesta segunda, a Síria afirmou que poderá retaliar possíveis bombardeios americanos a seu território.

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