O projeto é ousado: oferecer um celular que pode ser montado privilegiando os componentes que o consumidor escolhe, como uma câmara melhor, ou processador mais ágil. E, claro, excluindo o que o consumidor não considera útil, pouca importa a decisão do fabricante.
O projeto “Phonebloks”, do desenvolvedor holandês Dave Hakkens, ganhou recentemente apoio da Motorola, que revelou trabalhar faz um ano em projeto semelhante, o Ara. Em conjunto com Hakkens, a empresa começa a desenvolver as peças do smartphone modular e ainda neste ano enviará kits de desenvolvimento para startups e outras empresas desenvolvedoras para criar os primeiros protótipos do projeto.
Um dos ponto0s que mais tem apelo no projeto é sua lógica contrária à obsolescência programada. Alguns analistas preferem destacar a redução do lixo eletrônico que o telefone modular pode gerar se as peças usadas forem recicladas. O principal objetivo da proposta é oferecer um celular capaz de durar muito tempo: cada peça pode ser substituída sem necessidade de trocar o aparelho. A Motorola diz que o Ara pretende fazer pelo hardware o que o Android fez pelo software, criando um ecossistema de desenvolvimento aberto e inovador.
Vários analistas, como mostrou matéria do Estadão de 11/11, pg B12, insistem que o projeto precisará quebrar muitas barreiras para ser viável e não deve chegar ao mercado tão cedo. Produtos com este grau de inovação demoram pelo menos três anos para chegar ao mercado. Além da engenharia envolvida e da integração do aparelho com o sistema Android, outro desafio para a Motorola será fazer os demais fabricantes se unirem a ela, já que o projeto prevê produto de base única, no qual ´podem ser acopladas peças de diferentes fabricantes.
O tamanho do novo celular pode ser um problema extra. Os celulares estão cada vez mais finos e eleves e para isso é preciso integrar funções em uma placa só. Para separar diferentes funções será preciso ocupar mais espaço. Mas, apesar das dificuldades engenheiros que fizeram estudo completo sobre o projeto dizem que os desafios são enormes, mas a ideia do Phonebloks é “promissora o suficiente para valer a tentativa”.