A China negou nesta segunda-feira, 3, realizar testes de armas nucleares, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que o país teria conduzido experimentos em segredo.
“Há testes da Rússia, testes da China, mas eles não falam sobre isso”, disse Trump em entrevista ao programa 60 Minutes, da emissora CBS.
Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou: “A China sempre seguiu o caminho do desenvolvimento pacífico, mantém a política de não ser a primeira a usar armas nucleares, defende uma estratégia nuclear de autodefesa e cumpre seu compromisso de suspender os testes nucleares”.
Ordem para retomar os testes nucleares
Trump, disse nesta quarta-feira, 29, que instruiu o Departamento de Defesa a retomar testes de armas nucleares, um dia depois de a Rússia ter anunciado o teste de uma arma nuclear capaz de provocar um tsunami.
“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes de nossas armas nucleares em igualdade de condições”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social enquanto viajava para Busan, na Coreia do Sul, onde se encontrará com o presidente da China, Xi Jinping.
Os Estados Unidos interromperam os testes explosivos de armas nucleares em 1992, antes de o ex-presidente George H.W. Bush implementar uma moratória sobre tais testes ao final da Guerra Fria.
Não havia indicação de que os EUA começariam a detonar ogivas nucleares, e os militares já testam regularmente seus mísseis e outros equipamentos. A Casa Branca não respondeu imediatamente às perguntas que solicitavam mais detalhes.
A ameaça de retomar os testes, os primeiros em 33 anos para os Estados Unidos, foi estranha tanto pelo momento quanto pelo conteúdo.
Ela ocorreu pouco antes de seu encontro agendado com o líder chinês, que supervisiona um dos programas de desenvolvimento nuclear mais rápidos do mundo. No entanto, a China não testa uma arma nuclear desde 1996, e a Rússia não realiza um teste confirmado desde 1990. / AFP
