A atividade econômica chinesa deu um salto nos dois primeiros meses de 2021, em comparação com igual período do ano passado, já afetado pela covid-19. Mas os dados também apontam uma desaceleração em relação ao crescimento dos últimos meses de 2020.
Dados oficiais divulgados ontem mostraram que a produção industrial, o consumo, o investimento e as vendas de imóveis residenciais em janeiro e fevereiro cresceram mais de 30% ante igual período de 2020, quando grande parte da economia chinesa foi fechada para conter a propagação do novo coronavírus.
Por outro lado, a taxa de desemprego urbano subiu levemente para 5,5% em fevereiro, alcançando o teto da meta estabelecida para o ano, de 5,4% em janeiro e 5,2% em dezembro, segundo os dados oficiais.
No conjunto, esses dados refletem a continuação da retomada da segunda maior economia do mundo, embora ela se tenha desacelerado um pouco a partir de janeiro,diante de nova onda de restrições para controlar surtos do vírus.
Autoridades observaram ontem que, apesar de toda a volatilidade estatística do ano passado, os níveis econômicos de janeiro e fevereiro deste ano foram maiores do que os dos primeiros dois meses de 2019, muito antes de a economia da China ser atingida pelo surgimento da pandemia.
Segundo a agência de estatísticas chinesa, a produção industrial no período de janeiro a fevereiro aumentou 16,9% em comparação com o mesmo período de 2019, enquanto as vendas no varejo foram 6,4% maiores.
Mesmo assim, a desaceleração do consumo e do investimento industrial nos últimos meses de 2020 sugere que manutenção da recuperação estará entre as prioridades de Pequim, enquanto busca uma saída de alguns estímulos adotados por causa da pandemia.
Para 2021, Pequim estabeleceu uma meta de crescimento relativamente modesta, de 6% ou mais, dando-se margem para encerrar o estímulo e controlar a dívida. Muitos economistas veem um crescimento de 8% ou mais em 2021, mesmo com políticas fiscais e monetárias mais restritivas.
https://valor.globo.com/mundo/noticia/2021/03/16/china-mantem-retomada-mas-desemprego-sobe.ghtml