Agora a conversa mudou de figura: o Google terá de dar explicações para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, que instaurou três processos por práticas anticompetitivas contra a empresa. As investigações por formação de cartel começaram por denúncias da E-Commerce Media Group, dona do Buscapé e Bondfaro, e da Microsoft, dona do Bing.
Motivo da briga: Buscapé e Microsoft acusam o Google de beneficiar os próprios produtos em detrimento dos concorrentes. Estima-se que o Google domine 99% do segmento de buscas.
O Cade, como mostrou matéria do Estadão de 12/10, pg B12, deve apurar se o Google privilegia seus sites no processo de busca, como o agregador de e-commerce Google Shopping, em detrimento de sites concorrentes, diminuindo o espaço da chamada busca orgânica, a que mostra os resultados pela relevância, em prol da busca patrocinada paga.
A prática denominada “scraping”, pela qual o Google obteria conteúdo concorrencialmente relevante de comparadores de preços rivais para uso no Google Shopping, ao mesmo tempo que impede os concorrentes de fazer o mesmo, também será alvo de investigações do Cade. Também serão investigadas acusações de práticas anticompetitivas envolvendo a plataforma de publicidade online do Google, a AdWords.
O Google informou em nota que trabalhará em conjunto com o Cade para resolver todas as dúvidas e preocupações. Em nota a empresa repetiu que em vários países, inclusive no Brasil, a Justiça já examinou estas mesmas reclamações sem encontrar violação das leis vigentes.
Se o Cade considerar o Google culpado , a empresa terá de pagar entre 0,1% e 20% do seu faturamento. Não há prazo para a solução deste processo, porque depende de quanto será necessário para aprofundar a investigação.