O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou ontem uma ordem executiva para determinar uma revisão das cadeias de suprimento críticas para o país, em um esforço para diminuir a dependência da China em uma série de produtos estratégicos, como semicondutores e terras raras.
A revisão deve durar 100 dias. Estão incluídas no decreto as cadeias de suprimentos de semicondutores, produtos farmacêuticos, baterias de veículos elétricos e terras raras, usadas na fabricação de produtos como carros e armas.
“Esses é o tipo de solução de bom senso que todos os americanos podem apoiar”, disse Biden, antes de assinar o documento, em uma cerimônia na Casa Branca. “É uma questão de resiliência, identificando possíveis pontos de vulnerabilidades em nossas cadeias de abastecimento e garantindo que temos alternativas.” Antes da assinatura da ordem executiva, os papéis de empresas americanas de semicondutores subiram no mercado de ações.
O presidente americano disse que é necessário ter certeza que as cadeias de suprimentos são seguras e que o objetivo é impedir que problemas de fornecimento atinjam os EUA.
Biden disse ainda que buscará financiamento para uma cadeia própria de semicondutores, por meio de uma legislação.
Além de aumentar a produção local, o governo Biden quer trabalhar em parceria com países como Taiwan, Japão e Coreia do Sul para montar uma rede de suprimentos segura sem a China, de acordo com o jornal “Nikkei”.
Os EUA viram sua participação mundial na capacidade de fabricação de semicondutores despencar nas últimas décadas, segundo o Boston Consulting Group. Era de 37% em 1990, e agora foi a 12%.
Embora tenha pedido a Taiwan – que lidera, com 22% – que aumente a produção, as fábricas daquele país já operam a todo vapor. A Taiwan Semiconductor Manufacturing (TMSC), a maior fabricante de chips do mundo, construirá uma fábrica no Arizona.
A assinatura do decreto ocorreu depois de uma reunião entre Biden e um grupo bipartidário de senadores e deputados, na tarde de ontem, para discutir a questão.