Os tiros no Colorado podem ter atingido a campanha para presidente.

A repetitiva tragédia dos atiradores solitários nos Estados Unidos, sempre com mais de uma dezena de vítimas, provocou, desta vez,  reação diferente no mundo político. Algumas horas depois do massacre o presidente Barack Obama e seu concorrente republicano Mitt Romney decidiram, como sinal de tristeza, tirar do ar todos os anúncios, cancelaram comícios, enfim pararam suas campanhas.

Um jornalista do Washington Post, Dan Balz, observou que no massacre do Colorado aconteceu no momento em que a campanha presidencial ficou “muito agressiva e negativa” dos dois lados. Nas campanhas anteriores, nessa época, ainda havia muita gentileza entre os candidatos,. Na atual disputa, essa fase já fora substituída por agressivas denúncias de parte a parte. A chacina no cinema obrigou a uma revisão desses apelos. As campanhas tiveram que se adaptar a nova constatação da realidade, bem mais triste.

O jornalista lembrou que logo após a posse de Obama ocorreu a tragédia de Tucson, com os tiros atingindo a deputada Gabrielle Giffords, esposa de um astronauta, herói americano. Na ocasião, Obama discursou, dizendo vamos tentar sair do “plano usual da politicagem para marcar pontos”.

Os problemas reais dos EUA ainda não apareceram na campanha presidencial. Os tiros na no Cinema do Colorado podem forçar que esses problemas apareçam. O assassino comprou todas as suas armas de forma absolutamente legal. E as recebeu pelo correio. Aliás, aproveitou uma promoção de site especializado e comprou “mil cartuchos de fuzil por US$ 335”, preço de liquidação…

O mais curioso é que, por exemplo, para comprar antialérgicos na internet nos EUA é preciso cumprir custoso registro, longo ritual, com várias autorizações. Para fuzis e cartuchos não é bem desse modo. O debate dessa questão não será fácil. Os que defendem a posse de armas repetem que se alguém estivesse armado no cinema e soubesse usar sua arma, o assassino não teria feito o estrago que fez.

As visões desse assunto são muitas. Não costumavam aparecer em campanhas presidenciais. Parece que agora ficou muito difícil evitá-lo.

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