Os alunos do último ano das faculdades de Medicina, no Estado de São Paulo, serão obrigados a fazer uma prova para avaliar a qualidade do ensino. A imposição é do Conselho Regional de Medicina, Cremesp. A prova já existe desde 2005, mas era rigorosamente voluntária. Agora passa a ser obrigatória.
A razão apontada pelo Creme para definir essa obrigatoriedade foi o resultado da prova do ano passado quando 46% dos formandos em Medicina foram reprovados. A maior preocupação é coma a área de Clínica Médica: praticamente a metade dos futuros médicos não sabia, por exemplo, que febre de 40 graus pode aumentar o risco de infecções graves em crianças. Em Clínica Médica a reprovação alcançou 43.5%, em Obstetrícia, 45,9% e em Pediatria, 40,7%.
O resultado do exame não impedirá o formando de exercer sua profissão. Mesmo se a nota da prova for zero ele obterá o registro de médico no próprio Cremesp. A única exigência formal é a necessidade de fazer o exame. A comprovação de presença passa a ser documento obrigatório para o registro profissional do futuro médico.
A obrigatoriedade do exame não é posição unânime entre os Conselhos Regionais no País. Alguns presidentes de conselho apontam que o exame é providencial porque o “ensino médico está muito ruim”, caso do Acre. Já o presidente do Conselho regional de Medicina do Maranhão tem opinião bem diferente e contrária ao exame: “deixar o aluno estudar seis anos para depois dizer que ele não está preparado é uma covardia”.
A proposta de avaliação nacional de todos os formandos em Medicina foi apresentada a todos os presidentes dos Conselhos Regionais. A medida exigirá aprovação de lei no Congresso, Câmara e Senado, e sanção do Presidente da República.