Os devedores brasileiros ganharam um perfil. Primeiro, 47% dos inadimplentes têm renda entre R$ 906 e R$ 2.200 e integram a chamada Classe C. O dado está no estudo da Confederação nacional dos Dirigentes Lojistas e da Universidade Federal de Minas Gerais.
É preciso saber o que é considerado inadimplente: o consumidor com contas atrasadas mais de 90 dias. Óbvio, que dever não é privilégio da Classe C. Outros 33% dos inadimplentes integram a Classe B, renda familiar entre R$ 2.200 e R $ 7.000. A classe D, com renda entre R$ 601 e R$ 905, é responsável por 15% das dívidas não quitadas.
É curioso, mas os extremos devem pouco, tanto os mais ricos como os muito pobres. Apenas 2% dos devedores com atraso superior a 90 dias estão na classe A, renda maior que RS$ 7.000. Do mesmo modo, só 2% dos que têm renda inferior a R$ 600 reais, a classe E, estão com suas contas atrasadas.
O nome do estudo é “Perfil do consumidor com ou sem dívidas no Brasil”. A pesquisa da UFMG ouviu 609 pessoas no Páis todo, com dívidas atrasadas. A margem de erro é de 4 pontos percentuais.
Merece atenção o fato de que 22% dos devedores nas lojas têm também empréstimos contratados nos bancos. Por outro lado, apenas 9% dos adimplentes, os “com conta em dia” , fizeram empréstimos em bancos. Sem esquecer que 17% dos inadimplentes com as lojas , confessam que também usam o cheque especial. Pagam juros duas vezes, portanto…
Os pesquisadores da UFMG apontaram que os dados mostram maior competência para lidar com crédito na população. A pesquisa revelou que entre os adimplentes, nada menos de 59% contaram que fazem algum tipo de planejamento financeiro de suas vidas. Entre os inadimplentes, essa porcentagem cai para 40% que dizem fazer algum tipo de planejamento financeiro
