O Ocupe Wall Street completou um ano na última segunda-feira, 17 de setembro. O movimento social, que teve início com alguns manifestantes em Manhatan, pegou o mundo de surpresa ao se expandir, de forma rápida, para outras cidades dos EUA.
Tomados pelos efeitos perversos que a crise mundial instaurara, os manifestantes uniram-se em torno de reivindicações que questionavam o status-quo. Com o slogan “nós somos os 99%”, aludiam ao fato de que a maior parte da população permanecia “excluída do controle”, concentrado nas mãos de integrantes do mercado financeiro e grandes corporações. O Ocupe Wall Street provocou um ativismo social nos EUA ao chamar atenção para as injustiças econômicas inerentes ao sistema capitalista.
Após um ano, no entanto, o movimento parece ter perdido força. Se em sua origem já era disperso, uma vez que seus manifestantes eram pessoas alijadas de representação formal, hoje, ficou ainda mais, e praticamente acabou. “Pelo fato de não fazerem parte de movimentos tradicionais e organizados, as suas demandas são difusas e pouco objetivas”, explica Renato Francisquini, doutorando em ciência política pela Universidade de São Paulo.
O protesto reuniu cerca de mil ativistas, bem menos do que os números do ano passado. Kalle Lasn, o idealizador do movimento, em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada em 09 de setembro deste ano, declarou que isso já era algo esperado. “Movimentos têm muitas fases, e a primeira fase do Occupy acabou. Continuará a haver alguns momentos em alguns episódios de maior tensão global, uma, duas vezes por ano. Mas, ao mesmo tempo, haverá, todo dia, pequenas revoltas, pessoas lutando contra bancos, contra o governo, lutando para mudar leis e impostos”