Alana Ferrer, Bárbara Proença e Letícia Baptistão alunas do Jornalismo ESPM
Em 1970 teve início os planos de criação de uma moeda única para a Europa, mas foram logo esquecidos devido ao fortalecimento do dólar, naquela época. Em 1991, finalmente 15 países membros da União Europeia entraram em um acordo para a criação da moeda única, motivo levado a criação do Banco Central europeu, com o objetivo era viabilizar a União Econômica e Monetária, determinar a taxa de juros. A moeda era utilizada para transações eletrônicas, bolsas de valores, casas de câmbio, bancos e grandes empresas.
Os critérios para a participação dos países focaram em metas de inflação, déficit no orçamento e taxas de juros. A Dinamarca e a Grã-Bretanha, presentes nessa reunião, optaram por não aderir a esses planos. Diversos países europeus sofreram um ataque especulativo, o que levou alguns países a desvalorizar suas moedas.
O Banco Central Europeu, a partir dessa data, passou a determinar a taxa de juros para a euro zona. As incertezas e desconfianças enfraqueceram o euro no mercado internacional, o euro perderia cerca de 30% do seu valor inicial, em relação ao dólar. A desvalorização foi benéfica às exportações, a credibilidade da moeda foi afetada, assim como foram geradas pressões inflacionárias, porém o euro só ganhou credibilidade como moeda internacional após o ataque às Torres Gêmeas em Nova York, em 2001. Nessa ocasião, os investidores abandonaram o dólar e optaram por moedas mais seguras como o franco suíço e o euro.
A adesão ao euro representou uma mudança de regime económico para todos os países membros. Esta mudança coincidiu com o início de uma década de fraco crescimento económico e divergência em relação à União Europeia. O efeito do novo regime económico no crescimento da economia portuguesa tem permanecido ausente da maioria dos estudos, mas foi adversamente afetado. No entanto, o euro parece ter funcionado como “porto de abrigo” durante a recessão provocada pela crise financeira internacional.
A economia portuguesa cresceu, beneficiando da estabilização alcançada em 1985. O diferencial de crescimento anual do produto per capita em volume entre Portugal e a UE foi sempre positivo. Portugal aderiu ao Mecanismo de Taxas de Câmbio europeu. A adesão ao MTC representou uma transferência de autonomia da política monetária para o domínio do marco alemão, o que garantiu o reconhecimento pelos mercados da credibilidade do compromisso assumido em relação à estabilidade dos preços. Porém, teve impacto das crises cambiais em que mergulharam as economias europeias entre meados de 1992 e meados de 1993.
Para Portugal, o impacto do euro na economia estimava que os ganhos de credibilidade e as consequentes diminuição das taxas de juro e estabilização da inflação, por um lado, e os benefícios de um maior aprofundamento da integração de Portugal na UE, por outro lado, justificam, do ponto de vista económico, a adesão de Portugal à UEM. Na avaliação do impacto da adesão ao euro no crescimento económico, consideraram como cenário contra factual o caso em que Portugal, embora permanecendo fora da área do euro, manteria uma política econômica focada na estabilidade dos preços e na disciplina orçamental. Essas análises contra factuais foram uma das metodologias mais utilizadas para fundamentar as decisões de adesão ao euro.