Zoom lança serviço de voz no país

O Zoom se popularizou com as videochamadas gratuitas e pagas durante a pandemia, que levaram o número de usuários da plataforma crescer de 10 milhões, no fim do ano passado, para 300 milhões em abril. Agora, a empresa Zoom Video Communications pega carona na popularidade do serviço e expande sua atuação na área de voz, de olho no mercado corporativo, com o lançamento do Zoom Phone no Brasil e em mais 24 países. 

O sistema, lançado há oito meses nos Estados Unidos e no Canadá, já estava presente em 18 localidades permitindo chamadas locais e internacionais entre linhas fixas e móveis. Os pacotes custam de US$ 8 a US$ 20 mensais por usuário, dependendo do serviço – de R$ 43,30 a R$ 108,60, considerando a cotação do dólar comercial. 

Graeme Geddes, líder global de Zoom Phone e Rooms, explica que a concepção do Zoom Phone partiu dos clientes que viram vantagem no uso de videochamadas na nuvem, especialmente no “home office”. “Os clientes passaram a nos pedir para modernizar suas estruturas de voz sobre internet e substituir o velho sistema telefônico”, conta o Geddes ao Valor.

O executivo não revela números da empresa por conta do período que antecede o balanço, mas explica que as principais fontes de receita estão nos serviços pagos pelo Zoom Pro e em equipamentos para videoconferência, como câmeras e tablets lançados recentemente na divisão Zoom for Rooms. 

A receita total da empresa no primeiro trimestre foi de US$ 328,2 milhões, uma alta de 169% em relação ao ano anterior. Na soma de 2019, a empresa registrou receita total de US$ 622,7 milhões, um crescimento de 88% sobre o ano anterior. 

Para o segundo trimestre, cujos resultados serão divulgados no fim de agosto, a Zoom prevê uma receita entre US$ 495 milhões e US$ 500 milhões. 

Entre os serviços que devem ser pressionados pelo Zoom Phone estão Skype Business e Teams, da Microsoft; Meets, do Google, e Webex, da Cisco, empresa onde Geddes atuou por 16 anos. “Conheço essa área muito bem”, diz ele. “O ótimo no Zoom é ser uma única plataforma de vídeo e voz que começou pela perspectiva do vídeo, o que nenhuma das outras fez”, diz. 

O Zoom Phone também chega a outros países da América Latina pela primeira vez, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. Segundo Geddes, a escolha das localidades para o lançamento está atrelada ao número de usuários e às necessidades de clientes multinacionais. “Uma das dificuldades para empresas que atuam em diversos países é que cada localidade possui tarifas e operadoras diferentes”, afirma. 

Para simplificar o modelo de cobrança, Geddes diz que o caminho foi lançar um pacote único chamado Global Select Plan, que custa US$ 20 por usuário e permite ao cliente escolher um número local para fazer e receber chamadas ilimitadas dentro do país a telefones fixos ou celulares. “Temos outros planos para clientes que não necessitam de um número próprio, que é o Zoom Phone Pro, começando com US$ 8 por pessoa”, diz. 

Em relação às negociações com as operadoras locais para oferta de telefonia convencional, o executivo diz que o Zoom já tem uma rede global de centros de dados que conta com o suporte das operadoras em 123 países. “Temos milhares de chamadas sendo feitas, então não estamos criando novos contratos, mas nos adaptando às demandas das entidades regulatórias para atender as regras locais de telefonia. No fim do dia, o que interessa ao parceiro é gerar tráfego”, afirma. 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/08/18/zoom-lanca-servico-de-voz-no-pais.ghtml

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