O aplicativo de mensagens WhatsApp começou a oferecer, na versão de teste, uma nova aba que permite o envio de mensagens a plataformas concorrentes, como Telegram, Signal e Messenger, de propriedade da Meta.
A informação é do site especializado em acompanhar atualizações do WhatsApp WABetaInfo. O serviço está disponível desde domingo (10).
Questionada pela Folha sobre o recurso em teste, a Meta —holding dona do WhatsApp— respondeu que não comentará. O WABetaInfo, porém, publicou imagens do novo recurso, que fica em uma aba separada.
A integração com aplicativos concorrentes é uma das novas exigências do novo marco regulatório europeu contra práticas anticoncorrenciais na internet —DMA (ato dos mercados digitais, em tradução livre).
O WhatsApp foi um dos 19 aplicativos das 6 maiores empresas de tecnologia listados pela União Europeia como alvo da nova regulação. O mensageiro reúne mais de 100 milhões de usuários no velho continente, segundo a plataforma de monitoramento Similar Web.
O aplicativo de mensagens tem, para se atualizar, seis meses, que começaram a ser contados desde 25 de agosto. A Meta também não respondeu à reportagem quais medidas tomará para se adequar ao ato de mercados digitais europeu.
A nova aba de mensagens para outros aplicativos ainda não funciona para os testadores, segundo o WABetaInfo. É possível apenas visualizá-la, o que indica o trabalho da Meta no tema.
O site especializado afirma que a criptografia de ponta a ponta garantida pelo WhatsApp vai continuar a valer na nova modalidade de comunicação. Ainda não está claro se a ferramenta estará disponível fora da Europa, onde não há normas que pressionem nesse sentido.
No modelo atual, é necessário baixar o aplicativo de mensagens do interlocutor para se manter uma conversa. Hoje, se o personagem fictício João usa apenas Telegram, por exemplo, é preciso fazer download desse mensageiro para enviar mensagens a João.
A integração permitiria contatar João no Telegram diretamente do WhatsApp. Caso todos os apps de mensagens seguissem essa lógica, o usuário poderia ter no aparelho apenas a tecnologia de preferência.
Ainda de acordo com o novo marco regulatório europeu, o usuário poderá escolher se quer manter seu aplicativo integrado a outras plataformas ou não. Como a tecnologia ainda está em estágios iniciais de desenvolvimento, porém, não dá para antecipar como isso funcionará.