O Walmart pretende compartilhar sua estrutura de entregas com outros varejistas. O novo negócio abre outra frente de competição entre o grupo supermercadista com maior rede de lojas do mundo e a gigante do comércio eletrônico Amazon.
O serviço de logística terceirizado, chamado Walmart GoLocal, foi anunciado como um provedor de entregas “white label” [termo usado para produtos sem marca] para varejistas locais e nacionais, como padarias e lojas de autopeças.
Os comerciantes que aderirem ao GoLocal usarão a plataforma de entregas do Walmart para atender pedidos feitos por meio de seus próprios sites na internet, segundo Tom Ward, vice-presidente sênior de última milha do Walmart nos Estados Unidos. O Walmart GoLocal pegará as mercadorias das instalações dos comerciantes para fazer as entregas.
O movimento está sendo feito no momento em que as varejistas tradicionais buscam novas fontes de receitas. Um número crescente de consumidores está fazendo compras pela internet e espera que a entrega em casa seja rápida.
A iniciativa também vai esquentar a concorrência com a Amazon, cujo serviço de logística entrega produtos encomendados em outros sites da internet. Em maio, a Amazon convidou vendedores a entrarem para uma lista de espera de um programa-piloto que vai embalar seus pedidos em caixas sem marca. Os depósitos da Amazon e do Walmart também estocam em seus centros de distribuição mercadorias de terceiros que são vendidas em seus respectivos sites, no modelo de “marketplace” (shopping virtual).
O Walmart afirmou que os comerciantes que usarem o GoLocal poderão manter suas marcas à vista dos clientes. Os veículos de entrega gerenciados pelo Walmart poderão chegar adornados com a logomarca do comerciante que contrata o serviço.
Ward disse que o serviço será “customizável para comerciantes de todos os tamanhos e categorias, para que eles possam se concentrar no que fazem melhor, deixando a entrega e a eficiência para nós.”
O Walmart anunciou no mês passado uma parceria para integrar seu marketplace e serviços prestados aos vendedores terceiros com a plataforma Adobe Commerce, parte de um esforço da varejista para vender sua tecnologia para outras empresas.
Stephanie Wissink, analista da Jefferies, afirmou em relatório recente a clientes que as iniciativas do Walmart, desde a expansão de seu marketplace até as novas opções de serviços, como a entrega de produtos, deverão alimentar “um contínuo a vigoroso crescimento do comércio eletrônico”, ganhando uma parcela maior dos gastos do consumidor.
As vendas on-line do Walmart nos Estados Unidos mais que dobraram nos últimos dois anos, com base nos resultados do segundo trimestre da companhia. O grupo pretende investir US$ 14 bilhões no ano fiscal de 2022 – parte dos recursos deve ser destinada a melhorias na cadeia de fornecimento e automação. A companhia prevê que as vendas globais de e-commerce alcançarão US$ 100 bilhões nos próximos dois anos.
Na concorrente Target, onde os trabalhadores empacotam os pedidos feitos pela internet dentro das lojas da companhia, as entregas de pedidos no mesmo dia, por meio do serviço Shipt, cresceram 20% no segundo trimestre, sobre uma expansão de mais de 60% no mesmo período do ano passado.