A Samsung vai adiar o lançamento de seu primeiro smartphone dotado de tela dobrável, planejado para 26 de abril, depois que surgiram informações sobre defeitos em algumas das unidades distribuídas para jornalistas, um revés para a maior fabricante mundial de celulares.
A companhia, sediada em Suwon, Coreia do Sul, anunciou na segunda-feira que adiaria o lançamento do Galaxy Fold no varejo, sem informar uma nova data. Diversas publicações, entre as quais a Bloomberg News, noticiaram diversos problemas com as versões de teste do aparelho de US$ 1.980 (R$ 7.800), depois de apenas alguns dias de uso. A Samsung havia anunciado que investigaria plenamente a questão, embora indicasse inicialmente que manteria a data planejada.
“Embora muitos dos jornalistas que receberam modelos de teste tenham nos falado do vasto potencial que veem no aparelho, alguns também nos mostraram novas melhorias de que o aparelho necessita e poderiam garantir a melhor experiência possível ao usuário”, afirmou a Samsung em comunicado. “Para avaliar plenamente esse feedback e conduzir testes internos, decidimos adiar o lançamento do Galaxy Fold. Planejamos anunciar a data de lançamento dentro de algumas semanas”.
O adiamento pode ajudar a Samsung a evitar os problemas maiores que surgiriam caso vendesse aparelhos defeituosos aos consumidores. A empresa sofreu um grande revés em 2016 quando teve de recolher o Galaxy Note 7, um modelo que exibia a tendência de entrar em combustão espontânea. O episódio causou bilhões de dólares em prejuízos à empresa e prejudicou sua reputação, na batalha contra a Apple no mercado de smartphones de primeira linha.
A Samsung se recuperou, depois disso, e contava com o Galaxy Fold para estender seu domínio sobre os smartphones e rechaçar os avanços de rivais chineses emergentes como a Huawei Technologies.
O aparelho de tela dobrável, revelado em companhia do novo carro chefe na linha de celulares da empresa, o Galaxy S10, meses atrás, conta com uma tela de 7,3 polegadas, quando desdobrada – o tamanho de um tablet. A pré-venda do modelo começou na metade de abril.
É improvável que o adiamento tenha impacto financeiro significativo sobre a companhia. A Samsung, que dedicou oito anos a desenvolver o Galaxy Fold, previu que produziria pelo menos um milhão de unidades este ano, uma pequena fração de seus embarques totais.
A Huawei e a Xiaomi desenvolveram modelos com telas dobráveis, e a Samsung estava na corrida para ser a primeira a levar o produto aos consumidores.