iPhone atrai jovens e expande domínio enquanto o mercado de celulares patina

THE NEW YORK TIMES – Há uma regra geral sobre eletrônicos de consumo: quanto mais antigo um dispositivo se torna, mais concorrentes aparecem e os preços caem. Isso foi verdade para televisões, computadores pessoais e tocadores de MP3.

Era esperado que acontecesse com os smartphones. Mas o iPhone desafiou essa regra.

Na terça-feira, 12, a Apple apresentou a nova geração do celular e manteve todas as atenções voltadas para o aparelho. Não é um feito pequeno: em uma época na qual a maioria dos dispositivos de consumo perdeu parte do apelo, a Apple aumentou sua participação nas vendas de smartphones em relação a concorrentes.

Nos últimos cinco anos, o iPhone aumentou sua porcentagem do total de smartphones vendidos no mundo e ampliou sua participação nas vendas em quatro das maiores regiões do mundo: China, Japão, Europa e Índia.

Nos EUA, maior mercado do iPhone, o dispositivo agora representa mais de 50% dos smartphones vendidos, ante 41% em 2018, de acordo com a Counterpoint Research. Os ganhos ajudaram a conquistar cerca de um quinto das vendas mundiais de smartphones, acima do mínimo de 13% em 2019.

A Apple expandiu seu império de smartphones enquanto a indústria em geral teve reveses. Nos últimos dois anos, as vendas de smartphones Android despencaram, mas o iPhone sofreu apenas quedas modestas porque tem conquistado novos clientes. Isso aconteceu apesar de ser o dispositivo mais caro da indústria.

A Apple superou a sensibilidade ao preço criando um negócio que lembra as vendas de carros nos EUA. Assim como um carro, os iPhones duram anos e podem ser revendidos para compensar a compra de um novo. As operadoras de telefonia, assim como as concessionárias de automóveis, oferecem descontos e planos de pagamento mensais que tornam mais acessível comprar o modelo mais recente. E os clientes, como compradores fiéis de carros, têm mais probabilidade de comprar outro iPhone do que mudar para o sistema operacional Android do Google.

A Apple também teve sorte. Dois de seus maiores concorrentes, Samsung e Huawei, tropeçaram nos últimos anos. A Samsung vacilou em 2016 quando as baterias de seu principal smartphone explodiam espontaneamente. A Huawei, que era popular na China, escorregou em 2020 após a administração Trump bloqueá-la de comprar tecnologia dos EUA.

O iPhone evitou instabilidades com uma fórmula confiável: a Apple atualiza anualmente o design elegante e minimalista do iPhone e seu software confiável, e o leva às massas com uma operação que monta 200 milhões de unidades de iPhone com precisão militar.

Nos Estados Unidos, espera-se que a popularidade do iPhone cresça nos próximos anos. Quase 90% dos adolescentes possuem um iPhone, segundo o banco de investimentos Piper Sandler.

A diferença entre os dois principais sistemas operacionais inclina-se a favor da Apple. Cerca de 94% dos clientes do iPhone provavelmente comprarão outro iPhone, enquanto 91% dos clientes do Android provavelmente comprarão outro Android, de acordo com a consultoria Consumer Intelligence Research Partners.

A migração do Android para a Apple acelerou à medida que descontos promocionais, planos de financiamento e ofertas de troca tornaram os preços mais altos do iPhone menos proibitivos. As operadoras de telefonia aprimoraram suas ofertas ao tentarem ganhar ou manter clientes.

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