Google: “Brasil será motor para novas abordagens de IA”

Os novos modelos de inteligência artificial (IA) generativa, como os que abastecem o ChatGPT e o Bard, prometem mudar e auxiliar muitas profissões. Mas trazem também diversas dúvidas e desafios para a privacidade, a proteção de dados e a cibersegurança. São algumas dessas questões que Royal Hansen, vice-presidente global de engenharia em privacidade, proteção e segurança do Google, tenta responder.

Ao Estadão, o executivo, que estará no Brasil nesta quinta, 17, para o evento Mais Seguro com o Google, afirma que a tecnologia está transformando o mundo velozmente, o que exige agilidade e comunicação constante entre as diferentes partes da sociedade em todo o mundo.

Nesse movimento, ele acredita que o Brasil poderá ter um papel importante nas novas tecnologias da era da IA. Ele vê o País não apenas como um laboratório na busca por respostas, mas também como um motor capaz de gerar ferramentas globais de privacidade, proteção de dados e cibersegurança. Veja abaixo os principais momentos da entrevista exclusiva.

Como a IA pode aumentar as ameaças que enfrentamos online? E o que podemos fazer a respeito?

Você vê claramente as pessoas usando a tecnologia para escrever e-mails de phishing melhores. A IA é absolutamente útil na criação dessas mensagens, assim como é útil em diferentes áreas que envolvem escrita. E você vê o início de um movimento no qual criminosos tentam usar a tecnologia para criar malware que seja mais adaptável ou que evite detecções. Portanto, há uma espécie de corrida entre ataque e defesa. Ainda é difícil gerar um malware realmente sofisticado, que se ajusta à medida que se move em uma rede. Isso requer um operador realmente sofisticado, em vez de algo que você simplesmente clique em um botão para a IA fazer. Mas esse é o tipo de coisa que prevemos que os bandidos tentarão. A boa notícia é que temos uma grande vantagem sobre eles. Temos uma equipe focada em IA, que usa várias versões da tecnologia, desde 2011. Usamos para investigar o tráfego anômalo que vemos em nossos computadores ou sistemas, e, assim, focar na priorização da resposta. Usamos para controle de acesso, avaliando e prevendo as combinações corretas de acesso. Usamos no Gmail para detectar phishing ou malware entre as mensagens. Usamos na Play Store para procurar malware introduzido em aplicativos enviados por desenvolvedores. Usamos no combate ao abuso para detectar discursos violentos. Vale lembrar: em segurança cibernética, o trabalho nunca acaba porque sempre tem um adversário ativo, buscando inovar. Portanto, temos que inovar também.

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