Um grupo de editoras acadêmicas chegou a um acordo com Researchgate, uma plataforma de colaboração online apoiada por Bill Gates e o Goldman Sachs e apelidada de “Facebook para cientistas”, resolvendo parcialmente uma disputa sobre direito autoral que dividiu a indústria.
A startup com sede em Berlim disse na quinta-feira que chegou a um acordo com as editoras Springer Nature, Cambridge University Press e Thieme para trabalharem juntas no compartilhamento de artigos e, ao mesmo tempo, proteger os direitos de autores e editores.
“Este acordo nos permitirá manter a versão de registro e, principalmente, dada nossa responsabilidade com nossos autores e clientes, rastrear e relatar como o nosso conteúdo está sendo usado”, disse Stephen Inchcoombe, presidente-executivo da Springer Nature, em comunicado conjunto.
ResearchGate, fundada em 2008, diz que atraiu 15 milhões de pesquisadores que compartilham mais de meio milhão de atualizações diariamente. Como o Facebook, a maior rede social do mundo, a empresa tem fim lucrativo e depende da receita com publicidade, mas seu uso é livre.
O cofundador e o presidente-executivo, Ijad Madisch, disse que o acordo simplifica o processo de notificação da ResearchGate sobre violação de direitos autorais e garante que o material ofensivo seja retirado rapidamente.
Como antes, a ResearchGate removerá conteúdo com violação de direitos autorais após ser alertado pelos editores e cooperará com eles na educação dos usuários sobre o material que eles podem compartilhar livremente na plataforma.
A empresa, que arrecadou um total de 88 milhões de dólares em quatro rodadas de financiamento, argumenta que o compartilhamento mais livre de pesquisas impulsiona o progresso científico. Essa abordagem é, no entanto, vista como uma ameaça por outros editores.
Dois deles, a Elsevier e a American Chemical Society, que fazem parte de uma aliança mais ampla chamada Coalizão por Compartilhamento Responsável, levaram a ResearchGate à justiça na Alemanha para determinar se a empresa poderia ser responsabilizada por violações de direitos autorais.
A coalizão estima que ainda há 4 milhões de artigos no centro do ResearchGate que infringem os direitos autorais de seus membros – mesmo após a remoção recente de 1,4 milhão de artigos.
O anúncio foi feito um dia depois que um tribunal de Munique realizou uma primeira audiência do caso.
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