Após sair do acordo nuclear do Irã, em maio, o governo de Donald Trump detalhou nesta segunda-feira (6) as sanções que serão reimpostas a Teerã depois de terem sido suspensas em 2015, quando o documento foi assinado.
A partir desta terça-feira (7), serão vetadas transações comerciais com o Irã envolvendo dólar americano e rial (moeda iraniana), ouro e outros materiais preciosos, materiais como aço e alumínio e o setor automotivo do país islâmico.
A segunda etapa de sanções ocorrerá em 5 novembro, quando serão vetadas transações relacionadas ao petróleo iraniano e aos setores de energia, navegação e construção naval.
Trump afirmou, em comunicado, que o Irã “ameaça os Estados Unidos e seus aliados, mina o sistema financeiro internacional e apoia o terrorismo e militantes armados em todo o mundo”. “Reimpor as sanções intensifica a pressão para que o Irã mude a sua conduta”, disse.
Apenas três dias após assumir como presidente, Donald Trump assinou em 23 de janeiro de 2017 um decreto que retirou os EUA da Parceria Transpacífico, um acordo comercial assinado por seu antecessor, Barack Obama, com outros 11 países e que ainda não estava em vigor
A Casa Branca incentivou outras nações a tomarem “as mesmas medidas para deixar claro que o regime iraniano tem uma escolha: ou muda seu comportamento ameaçador e desestabilizador e se reintegra com a economia global, ou seguir por um caminho de isolamento econômico.”
Em julho, o presidente iraniano Hasan Rowhani afirmou que Washington não deveria “brincar com fogo”.
“A América deveria saber que a paz com o Irã é a mãe de todas as pazes e que a guerra com o Irã é a mãe de todas as guerras”, afirmou Rowhani a uma plateia de diplomatas iranianos, de acordo com a agência oficial Irna.
Trump reagiu em uma rede social: “Nunca mais voltem a ameaçar os Estados Unidos ou sofrerão consequências que poucos sofreram ao longo da história”.
O Irã processou os Estados Unidos na Corte Internacional de Justiça argumentando que a retomada das sanções econômicas anunciada em maio era ilegal. No fim do mesmo mês, o líder da Guarda Revolucionária iraniana rejeitou um encontro com Trump, afirmando que a República Islâmica “não é a Coreia do Norte”.
O acordo nuclear do Irã foi firmado em 2015 entre EUA, Irã, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia e impôs limites ao programa nuclear de Teerã. Em contrapartida, sanções econômicas ao país foram aliviadas, rompendo o isolamento do país islâmico.