Em nova mudança na Casa Branca, assessor de segurança nacional deixa cargo

Em mais uma mudança de equipe do presidente Donald Trump, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, general H. R. McMaster, anunciou que irá se aposentar e que deixará o posto em abril.
McMaster será substituído por John Bolton, que foi embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas (2005-2006) durante o governo de George W. Bush.
Embora a saída tenha sido costurada de comum acordo, as relações entre o general e Trump não andavam das melhores, e já se especulava sobre seu iminente desligamento —em especial após decisões do presidente que ignoraram conselhos de seu gabinete, como a de parabenizar o presidente russo Vladimir Putin por sua reeleição, no último domingo (18).
O anúncio coincide com uma aparente inflexão no acirramento das tensões entre os EUA e a Coreia do Norte, após um 2017 marcado por testes nucleares e de mísseis balísticos por Pyongyang e pela escalada retórica entre Trump e Kim Jong-un. 
Os dois países sinalizaram disposição em realizar um encontro bilateral, que poderia acontecer até maio deste ano.
Já as relações do Ocidente com a Rússia passam por fase de estremecimento depois de o Reino Unido acusar Moscou de envenenar um ex-espião e sua filha em solo britânico —declaração sucedida pela expulsão de diplomatas de lado a lado e por sinalizações de apoio a Londres dos governos americano, francês e alemão.
Na semana passada, o republicano já havia substituído o secretário de Estado, Rex Tillerson. O assessor e o chefe da diplomacia americana integravam o time dos “moderados” na Casa Branca. 
Além de agregar experiência ao governo, buscavam controlar os impulsos de Trump, em especial na política externa.
Também composta pelo secretário da Defesa, James Mattis, a ala ‘light’ fez com que a política econômica do governo se aproximasse da cartilha republicana, com medidas como corte de impostos e retirada de regulações.
Mais recentemente, porém, o presidente voltou a se cercar de assessores de perfil mais radical, alinhados a seu ideário protecionista e nacionalista, como é o caso de Bolton e do substituto de Tillerson no comando da diplomacia, Mike Pompeo, ex-diretor da CIA.
‘SEMPRE AMIGO’
Trump afirmou nas redes sociais que McMaster fez um “trabalho excepcional” e que “sempre será seu amigo”.
Na semana passada, questionado sobre sua eventual saída, McMasterdissera a repórteres que “ninguém fica para sempre” na Casa Branca.
O general é um militar condecorado, serviu na Guerra do Golfo (1990-91) e teve um papel de liderança na Guerra do Iraque (2003-2011) durante o governo Bush.
Ele foi convidado por Trump para o posto de assessor de segurança nacional em fevereiro do ano passado, substituindo Michael Flynn, que deixou o cargo após suspeitas de envolvimento com os russos.
Flynn caiu depois que a imprensa americana divulgou que ele havia seencontrado com o embaixador de Moscou nos EUA e omitido do vice-presidente, Mike Pence, detalhes dessa reunião.
A brevíssima passagem dele pela posição, que ocupou por apenas 24 dias, foi a mais curta em 63 anos de história da função.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/03/em-nova-mudanca-na-casa-branca-assessor-de-seguranca-nacional-deixa-cargo.shtml

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