Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), aceitou nesta quarta-feira o convite feito pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, para tentar formar um novo governo no país.
O convite foi feito após um fracasso nas negociações conduzidas por Giuseppe Conte, que tentava costurar uma nova aliança para seguir como primeiro-ministro após renunciar na semana passada por ter perdido o apoio de um partido menor de sua coalizão.
O mercado financeiro já celebrou a indicação de Draghi, que, como presidente do BCE, é amplamente visto como responsável por resolver a crise da dívida soberana da zona do euro em 2012.
Seus apoiadores esperam que ele possa intervir de forma semelhante nas políticas econômicas da Itália. O crescimento econômico fraco do país por mais de duas décadas é visto por muitos analistas como uma das maiores ameaças à viabilidade do euro no longo prazo.
Antes, porém, Draghi precisa convencer a maior parte dos partidos a apoiá-lo. Até agora, apenas os partidos de centro manifestaram publicamente apoio ao ex- presidente do BCE, apesar do pedido de união feito por Mattarella.
Para se tornar primeiro-ministro, Draghi precisará do apoio do Movimento 5 Estrelas ou da Liga, do líder de extrema direita Matteo Salvini. Ambos os partidos rejeitaram no passado a ideia de governos liderados por economistas e tecnocratas como o ex- presidente do BCE.
Se Draghi não conseguir costurar os apoios necessários para se tornar o novo primeiro- ministro do país, a Itália provavelmente terá que convocar eleições antecipadas, o que a maior parte dos partidos quer evitar por causa da pandemia de covid-19.
O país também precisa decidir uma estratégia sobre como usar os fundos de recuperação da União Europeia (UE) para estimular a economia no pós-crise.