Consultorias empregam boa parcela da geração Z

Empresas de consultoria e auditoria continuam conseguindo atrair profissionais jovens no Brasil. A PwC informou ao Valor que cerca de 50% de sua força de trabalho local é composta por profissionais com até 28 anos. A EY disse que a proporção de profissionais da geração Z tem se mantido relativamente estável nos últimos anos, entre 45% e 55%.

Os números locais contradizem relatório da organização sem fins lucrativos Public Company Accounting Oversight Board recém-divulgado nos Estados Unidos, indicando que, por lá, o setor está enfrentando dificuldades para atrair e manter os jovens talentos, principalmente em função das longas horas de trabalho exigidas pela função e menor remuneração se comparada a outras áreas.

“O segmento de consultoria e auditoria, antigamente, tinha um lugar sólido e estável na lista de desejos dos jovens que queriam começar a construir uma carreira”, diz Bruno Lucarelli, diretor de atração e seleção de talentos na EY, que tem cerca de 8 mil funcionários no país. “Por muitos motivos, essa estabilidade não existe mais, inclusive pelo aumento exponencial das possibilidades de carreiras e áreas de atuação. Hoje é preciso, sim, ser mais intencional para mostrar a esse público todas as possibilidades e benefícios que a carreira nesse segmento proporciona.”

Tatiana Fernandes, sócia da PwC Brasil, que tem cerca de 5 mil funcionários, comenta que dedicar atenção e ter uma estratégia intencional voltada para a geração Z ganha ainda mais importância quando se observa que esse grupo tem se mostrado mais propenso a mudança de emprego, quando comparado a outras gerações. Ela cita a flexibilidade como algo bastante relevante para os jovens, mas não só. Menciona ainda a possibilidade de trabalhar com profissionais de alta performance e clientes diferenciados em projetos desafiadores, e também a qualidade de vida. “A busca por entender o que é valor para as nossas pessoas, associada ao acompanhamento de pesquisas, nos ajuda a desconstruir estereótipos e estabelecer estratégias e ações mais bem direcionadas e baseadas em fatos e dados”, diz, sobre atração e retenção.

  • Companhias querem atrair mais jovens
  • É preciso ir além e não retroceder
  • Companhias começam a mapear outras habilidades dos funcionários

Lucarelli acrescenta que a geração Z tem características e valores muito fortes, buscando trabalhos com propósitos claros e de impacto social, além de querer crescimento acelerado, em ambientes flexíveis e colaborativos. “Aspectos que antes eram mais valorizados, como reputação e estabilidade, não desapareceram, mas hoje têm menos destaque”, conclui.

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