Com Google e Amazon, consumidor fica mais perto da casa conectada

Ter uma casa em que eletrodomésticos são controlados por comandos de voz, gestos ou pelo smartphone é um conceito que parecia distante da realidade dos brasileiros. Por conta dos custos da tecnologia e da falta de conexão entre aparelhos de marcas diferentes. Mas embarcar nessa onda começa a se tornar algo menos distante com a chegada ao país de dispositivos compatíveis com os assistentes pessoais do Google e da Amazon como caixas de som, televisores, tomadas e lâmpadas.
Segundo o Google, há no país cerca de cem dispositivos compatíveis com seu sistemas de marcas como Positivo, TCL, LG e Sony. A maioria também funciona com a Alexa, da Amazon. O número não inclui os celulares equipados com o sistema operacional Android ou iPhones, que podem ter o aplicativo do Google Assistente instalado.
A multinacional que domina o sistema de buscas na internet começa a vender a partir de hoje no mercado brasileiro um dos aparelhos de sua linha própria, a caixa de som Google Nest Mini. O modelo, que foi lançado globalmente em meados de outubro, custa R$ 349 e está à venda em lojas como Ponto Frio, Casas Bahia e Fast Shop. São duas opções de cores: carvão e giz. O valor é o mesmo do Echo Dot, produto semelhante da Amazon, que começou a ser vendido no início de outubro.
As caixas de som inteligentes funcionam como uma central de conexão entre os diferentes dispositivos de uma casa. Com elas, é possível acender e apagar as luzes (como as da linha Hue, da Philips), a cafeteira e o ventilador. E não precisa ser um aparelho novo em folha, com as mais avançadas tecnologias. Uma cafeteira simples, equipada com uma tomada inteligente como as lançadas pela Positivo, por exemplo, pode ser conectada ao sistema do Google ou da Amazon e ser acionada sem que o consumidor encoste na máquina. Também dá para escutar música em serviços como o Spotify e ouvir canais de rádio como o da CBN.
“Acreditamos que este é o momento, que haja tração no mercado, é um movimento da indústria [de lançar produtos conectados compatíveis com assistentes virtuais], e há interesse dos consumidores”, disse Maia Mau, responsável pelo marketing de produtos de hardware do Google, ontem, durante evento na sede da companhia em São Paulo.
Segundo levantamento da empresa de pesquisa eMarketer feito no primeiro semestre, 37,1% dos internautas disseram que haviam feito pesquisas ou usado comandos de voz nos 30 dias anteriores à pesquisa, sendo que na população entre 16 e 34 anos o percentual foi mais alto, de 41%.
O mercado de caixas de som inteligentes tornou-se um dos mais disputados campos de batalha para as empresas de tecnologia. Segundo a IHS Markit, foram US$ 7,9 bilhões em vendas no ano passado e a expectativa é que o número chegue a US$ 31,7 bilhões em 2023. Em termos de residências equipadas com esse tipo de produto, a projeção é que o número passe de 100 milhões para 327 milhões em 2021.
De acordo com Maia Mau, o Google vai trabalhar próximo a fabricantes e varejistas brasileiros para ajudar a mostrar os casos de uso da tecnologia. Mas não há intenção de fazer uma campanha de marketing específica, como a Amazon vem fazendo para a linha Echo. Um espaço de demonstração foi instalado no Shopping Pátio Higienópolis, na região central da cidade de São Paulo. A ideia é ensinar o consumidor a usar a caixinha de som inteligente.
Perguntado se há intenção de trazer mais produtos para o país – como a caixa de som mais potente, a Google Home Max, fechaduras inteligentes e câmeras de segurança – Vinicius Dib, responsável por parcerias na área de dispositivos do Google, disse que sim. Mas observou que a prioridade agora é mostrar o Nest Mini. Neste primeiro momento, o mercado precisa ser estimulado e desenvolvido.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/11/12/com-google-e-amazon-consumidor-fica-mais-perto-da-casa-conectada.ghtml

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