O fluxo global de capitais parece viver o início de um processo de realinhamento, aponta o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Segundo relatório da entidade, esse movimento, basicamente, mostra um fluxo de saída de recursos de curto prazo da China, cenário classificado pelo IIF como “muito pouco usual”, e, ainda por cima
O instituto explica que seu acompanhamento de fluxo diário de alta frequência, relacionado a investimentos de não residentes em portfólios, como ações e renda fixa, mostra que a saída começou após a invasão da Ucrânia pela Rússia no fim de fevereiro. O órgão indica ainda que, além do volume, chama a atenção o fato de que esse comportamento do capit
“Não temos visto fluxos de saída similares no resto dos mercados emergentes, mas, nesse estágio, é muito cedo para dizer que o movimento relacionado à China representa uma mudança estrutural”, dizem os analistas Robin Brooks, Jonathan Fortun e Jack Pingle, que assinam o levantamento. “Mas o momento de início da saída sugere que a invasão da Ucrânia pode ter um papel, fornecendo aos investidores uma pausa e levando-os a olhar a China sob uma nova luz”, avaliam.
Segundo IIF, no acompanhamento periódico do fluxo de capital global de alta frequência para os mercados emergentes, “nunca vimos uma movimento tão notável como o que está ocorrendo, mesmo quando houve o primeiro impacto da covid-19 em 2020 e muitos emergentes viram fluxos de saída sem precedentes ou quando houve um risco elevado de contágio em 2018 devido às ondas de vendas de ativos na Argentina e Turquia”.
Conforme o IIF, “uma constante em todos os episódios de altas e baixas nos anos recentes foi um fluxo constante de entrada de recursos estrangeiros na China”. Esses aportes continuaram mesmo ao longo de choques específicos do mercado chinês, como as tarifas impostas pelos EUA e os estágios iniciais da covid- 19.
