Bard, do Google, ficou mais poderoso, mas ainda comete erros

THE NEW YORK TIMES – Em setembro, o Bard – concorrente do Google para o ChatGPT – recebeu uma atualização. Um novo recurso interessante, chamado Bard Extensions, permite que o chatbot de inteligência artificial (IA) se conecte às contas do Gmail, Google Docs e Google Drive de um usuário.

O Google também deu ao Bard a capacidade de pesquisar no YouTube, no Google Maps e em alguns outros serviços do Google, e introduziu uma ferramenta que permitiria aos usuários verificar os fatos nas respostas do Bard.

O Bard Extensions foi projetado para resolver um dos problemas mais irritantes dos chatbots de IA atuais, que é o fato de que, embora sejam ótimos para escrever poemas ou redigir memorandos de negócios, eles existem principalmente em um vácuo. Os chatbots não podem ver sua agenda, examinar sua caixa de entrada de e-mail ou vasculhar seu histórico de compras online – os tipos de informações de que um assistente de IA precisaria para ajudá-lo da melhor forma possível em suas tarefas diárias.

O Google está bem posicionado para fechar essa lacuna. Ele já possui bilhões de caixas de entrada de e-mail, históricos de pesquisa, fotos e vídeos de anos de pessoas e informações detalhadas sobre suas atividades online. Muitas pessoas têm a maior parte de suas vidas digitais nos aplicativos do Google e poderiam se beneficiar de ferramentas de IA que lhes permitissem usar esses dados com mais facilidade.

Eu coloquei o Bard atualizado à prova, esperando descobrir um assistente de IA poderoso com habilidades novas e aprimoradas. Mas o resultado encontrado foi um pouco confuso.

Nos meus testes, o Bard foi bem-sucedido em algumas tarefas mais simples, como resumir um e-mail. Mas ele também me informou sobre mensagens que não estavam na minha caixa de entrada, deu conselhos ruins sobre viagens e não foi bem-sucedido em tarefas analíticas mais difíceis.

Jack Krawczyk, diretor do Bard no Google, disse em uma entrevista na última terça-feira, 19, que o Bard Extensions se limitava principalmente a recuperar e resumir informações, e não a analisá-las, e que solicitações mais difíceis ainda podem atrapalhar o sistema.

“A tentativa e o erro ainda são definitivamente necessários neste momento”, disse ele.

No momento, o Bard Extensions está disponível apenas em contas pessoais do Google. As extensões não são ativadas por padrão e os usuários precisam ativá-las no menu Configurações do aplicativo. E, por enquanto, o recurso funciona apenas em inglês.

Outra ressalva importante: o Google afirma que os dados pessoais dos usuários não serão usados para treinar o modelo de IA do Bard, nem mostrados aos funcionários que analisam as respostas do chatbot. Mas a empresa ainda adverte contra o envio ao Bard de “quaisquer dados que você não gostaria que um revisor visse ou que o Google usasse”.

É uma boa aposta que a maioria dos chatbots, incluindo o Bard, melhore com o tempo e que alguns dos problemas óbvios de privacidade sejam resolvidos. O Google enfatizou que o Bard não é um produto finalizado – há um grande rótulo azul de “Experimento” no aplicativo e um aviso de que o Bard tem “limitações e nem sempre acerta”.

Ainda assim, é uma surpresa o fato de o Google ter lançado o Bard Extensions em seu estado atual, considerando a forma errática como ele agiu em alguns dos testes. E isso sugere que o sonho de um assistente de IA onisciente, capaz de analisar perfeitamente nosso passado e antecipar nossas necessidades, ainda pode estar longe

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