O CEO da OpenAI, Sam Altman, admitiu pela primeira vez que a chamada “teoria da internet morta” pode ter algum fundamento. A hipótese, que até pouco tempo era tratada como conspiratória, sugere que grande parte do conteúdo online, incluindo perfis supostamente humanos, seria gerada por sistemas automatizados.
A declaração foi feita em uma publicação no X, ex-Twitter, em que Altman reconheceu a presença crescente de contas controladas por modelos de linguagem. “Nunca levei a teoria da internet morta tão a sério, mas parece que realmente existem muitas contas no Twitter operadas por LLMs agora”, escreveu, em referência às ferramentas que sustentam plataformas como o ChatGPT.
A chamada “teoria da internet morta”circula desde 2016 e sustenta que a web teria sido dominada por bots e conteúdos sintéticos a partir daquele ano. Embora vista por muitos como conspiratória, há evidências concretas de que uma parcela significativa do tráfego digital já não é humana, mas automatizada. De acordo com o Imperva Bad Bot Report de 2025, os bots passaram a responder por 51% de todo o tráfego global da internet, superando pela primeira vez a atividade humana.
O avanço de perfis falsos, manipulação de dados e produção em massa de textos, imagens e vídeos criados por inteligência artificial (IA) tem alimentado a desconfiança sobre a autenticidade do que circula online. A popularização de plataformas como o ChatGPT, lançado em 2022, tornou esse processo mais acessível e veloz.
A fala de Altman gerou reações imediatas. Usuários em comentários à publicação do CEO lembraram que a OpenAI é justamente uma das principais responsáveis pela difusão de sistemas capazes de automatizar publicações em larga escala. Para críticos, o executivo parece ignorar o papel central de sua própria empresa na transformação descrita.
Alguns comentários também ironizaram a falta de autocrítica do CEO. Memes e respostas em tom de deboche dominaram as interações, com usuários apontando contradição entre a preocupação demonstrada e o fato de Altman liderar uma das companhias mais influentes da era da IA generativa.
