Associated Press ganha Pulitzer por cobertura da Guerra da Ucrânia

A agência Associated Press ganhou dois prêmios Pulitzer por sua cobertura da Guerra na Ucrânia. Uma das distinções foi a de serviço público, considerada a de maior prestígio, que homenageou os jornalistas Mstislav Tchernov, Evguênii Maloletka, Vasilisa Stepanenko e Lori Hinnant.

Os profissionais documentaram a morte de civis em Mariupol quando a cidade ucraniana foi atacada por tropas russas. Maloletka fez parte ainda do grupo de jornalistas da agência na Ucrânia que venceu na categoria de fotografia em “breaking news” —assim como o argentino Rodrigo Abd, que fotografou a cidade ucraniana de Butcha, atacada por Moscou.

A guerra também foi o tema dos textos do jornal The New York Times vencedores na categoria reportagem internacional. Já Caroline Kitchener, repórter do Washington Post, ganhou o prêmio nacional de reportagem pela cobertura do aborto nos EUA depois que a Suprema Corte americana anulou a histórica decisão Roe vs. Wade, de 1973, que havia legalizado o procedimento em todo o país.

O AL.com, um site de notícias do estado americano do Alabama, ganhou dois Pulitzers, um para reportagens locais e outro para comentários. O prêmio por notícias em breaking news foi para o Los Angeles Times, que revelou uma conversa entre membros do conselho da cidade que incluía comentários racistas —escândalo que levou dois funcionários a renunciarem.

Além do prêmio internacional de reportagem, o The New York Times, que já ganhou 137 Pulitzers desde o início da premiação, levou a honraria em reportagem ilustrada. O Wall Street Journal, outro jornal comum na lista de vencedores, ganhou na categoria de reportagem investigativa por revelar conflitos de interesses financeiros entre funcionários de dezenas de agências federais.

Os prêmios englobam ainda oito categorias para livros, música e drama. Dois repórteres do Washington Post, Robert Samuels e Toluse Olorunnipa, ganharam o Pulitzer de não ficção pelo livro “His Name is George Floyd”, história do homem negro americano cujo assassinato pela polícia em 2020 desencadeou protestos no mundo inteiro.

Antes de anunciar os vencedores, Neil Brown, copresidente do conselho do Pulitzer, declarou apoio ao repórter do Wall Street Journal Evan Gerchkovitch, que foi detido durante uma viagem de reportagem e acusado de espionagem pelas autoridades russas. “O conselho do Prêmio Pulitzer se junta às muitas organizações ao redor do mundo que exigem a libertação imediata de Evan”, disse Brown. “Ele, como tantos outros, está fazendo seu trabalho.”

Os prêmios, concedidos desde 1917, levam o nome do influente editor de jornais Joseph Pulitzer, que morreu em 1911 e deixou em seu testamento uma verba para ajudar a iniciar uma escola de jornalismo na Universidade Columbia e criar a premiação. Atualmente, há 15 categorias para reportagens e fotografia, além de sete prêmios em literatura, teatro e música. Um conselho formado por editores seniores dos principais meios de comunicação e acadêmicos dos EUA preside o processo de julgamento.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/05/associated-press-vence-pulitzer-por-cobertura-da-guerra-da-ucrania.shtml

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