O governo dos EUA gastou quase US$ 250 bilhões no benefício extra de US$ 600 por semana aos desempregados do início de abril até o fim de julho, segundo informou o Departamento do Trabalho.
Pela lei de auxílio financeiro aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Donald Trump em março, os trabalhadores que perderam seus empregos definitivamente, foram dispensados ou tiveram horas de trabalho cortadas puderam acrescentar os US$ 600 do benefício federal para o desemprego à ajuda estadual para a qual se qualificavam.
A vigência de concessão desse benefício acabou em 31 de julho. No sábado, Trump assinou uma ordem executiva para substitui-lo por pagamentos de US$ 300 por semana como auxílio-desemprego ampliado, e pediu aos Estados que arcassem com outros US$ 100 por semana. O impasse entre a Casa Branca e os parlamentares democratas sobre um pacote mais amplo de auxílio na pandemia continuou ontem, e os políticos democratas classificaram as ordens do presidente uma violação dos poderes constitucionais do Congresso em determinar os gastos públicos. As ordens de Trump devem ser questionadas na Justiça e dificilmente entrarão em vigor.
Dessa forma, neste início de agosto, os americanos desempregados viram seus pagamentos caírem para perto da média do valor semanal de US$ 332 pago por esses programas no último ano. Trabalhadores autônomos e temporários – que geralmente não se qualificam para receber auxílio-desemprego – tiveram uma queda ainda maior nos pagamentos.
O benefício de US$ 600, conhecido como Compensação Federal por Desemprego na Pandemia, foi repassado aos Estados a partir da primeira semana plena de abril e ajudou a sustentar as famílias que perderam empregos, bem como a economia em geral. Apesar de uma taxa de desemprego historicamente alta, a renda familiar em junho esteve acima do nível de fevereiro, quando a pandemia ainda não se espalhara amplamente pelos EUA. O aumento dos pagamentos de seguro- desemprego mais do que compensou a redução dos salários e rendimentos salariais.
“A redução dos benefícios prejudicará os trabalhadores, especialmente os que recebem baixos salários e os negros”, disse Alix Gould-Werth, diretora do Washington Center for Equitable Growth.