A União Europeia anunciou nesta terça-feira (3) medidas para reforçar a proteção de suas tecnologias de ponta contra a espionagem estrangeira, que pode ameaçar sua economia e segurança, informou a “Associated Press”. O anúncio se deu na sequência de repetidos avisos de que o bloco precisa “reduzir o risco” das suas relações com a China.
“A tecnologia está atualmente no centro da competição geopolítica e a UE quer ser um competidor e não um parque de diversões”, disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, usando um trocadilho em inglês com as palavras “player” (jogador) e “playground” (área de lazer).
Para proteger o seu mercado relativamente aberto, a Comissão Europeia pretende que os Estados-membros realizem imediatamente avaliações de risco das suas indústrias mais sensíveis, incluindo semicondutores avançados, inteligência artificial, quântica e biotecnologias.
Estes são considerados “altamente suscetíveis de apresentar os riscos mais sensíveis e imediatos relacionados com a segurança tecnológica e a fuga de tecnologia” e estão sujeitos ao mais alto nível de proteção.
Embora a Comissão Europeia tenha optado por se abster de atribuir o ônus da proteção a qualquer país específico, a própria UE tem afirmado repetidamente que deve estar mais bem preparada para desenvolver medidas para proteger o comércio e enfrentar o investimento da China voltado à sua própria segurança e a fins militares.
Thierry Breton, comissário do mercado interno da UE, disse, porém, que as medidas iriam muito além de Pequim. “Queremos reduzir os riscos, mas não apenas com a China, com todos, incluindo algum tempo, se for necessário, com alguns dos nossos parceiros que pensam da mesma forma”, disse ele.
A forma como as avaliações de risco seriam acompanhadas de medidas não ficou totalmente clara. As medidas são o exemplo mais recente da luta que as 27 nações enfrentam para ajustar suas relações com Pequim.
A UE afirmou que, apesar de diferenças por vezes fundamentais em matéria de direitos humanos e de envolvimento do Estado na economia, não havia opção para dissociar totalmente as relações com essa superpotência.
Assim, a UE tem procurado se centrar na redução dos riscos e na melhor proteção dos seus setores econômicos vitais contra interferências indevidas.