PIB e Copa: desempenho brasileiro é melhor dentro ou fora das quatro linhas?

Por Raphael Almeida Videira

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última semana que o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano apresentou uma queda de 0,5% com relação ao trimestre anterior. As previsões dos analistas apontam que o PIB Brasileiro encerrará o ano de 2013 com um modesto crescimento de 2,5%. Porém uma pergunta é importante: em 2014, quem apresentará um melhor desempenho? A economia ou a seleção brasileira?

Vamos comparar os dados projetados para o crescimento econômico do ano de 2014 para os países participantes da Copa de 2014, com algumas ilações futebolísticas, se é que isso é possível.

Figura 1 – Ranking da FIFA – Novembro de 2013

Fonte: FIFA (http://pt.fifa.com/worldranking/rankingtable/)

 

Figura 2 – Projeção do PIB 2014 (% a.a.) – Top 10 – Ranking da FIFA

Fonte: FMI (http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2013/02/index.htm)

 

A figura 1 nos mostra o desempenho dos países dentro do campo, segundo o ranking da FIFA. Já a figura 2, ilustra as projeções de crescimento para cada um dos países que compõem as dez primeiras posições do ranking futebolístico. Os números entre parêntesis, por exemplo, o número 6 para a Colômbia, indica que a Colômbia possui a sexta maior projeção de crescimento do PIB para o ano de 2014.

O ranking da FIFA ilustra o predomínio espanhol decorrente do título mundial de 2010 e europeu de 2012. Porém ao compararmos a previsão de crescimento do PIB para a Espanha, percebemos que ela ocupa a última posição dentre os participantes da Copa, fruto ainda da recessão ocasionada pela crise europeia.

Além disso, percebemos que o continente europeu é o continente que possui a pior média de crescimento projetado para o próximo ano, dentre os continentes participantes da Copa com apenas 1,24% (com destaque para o crescimento estimado de 3% da Rússia e de 2% da Bósnia, esta última estreante em Copas do Mundo). O continente que mais se destaca em termos de previsão de crescimento para o próximo ano não possui representantes entre os dez mais bem colocados do Ranking da FIFA. A África possui um expectativa média de crescimento de 6%, com destaque para a Costa do Marfim e a Nigéria, com taxas de 8% e 7,4%, respectivamente.

Tal crescimento dos países africanos influencia diretamente na média de crescimento de todos os grupos da Copa. Os grupos C (Colômbia, Costa do Marfim, Grécia e Japão) e F (Argentina, Bósnia, Irã e Nigéria) possuem as maiores taxas de crescimento, justamente por estes países influenciaram na análise. Já o grupo B (Austrália, Chile, Espanha e Holanda) possui a menor taxa de crescimento média, pois é influenciado negativamente pelo baixo crescimento dos países que fizeram a final da última Copa: Espanha (0,1%) e Holanda (0,3%).

Quando comparamos o desempenho da economia brasileira com seus rivais dentro das quatro linhas, ficamos no meio de tabela. Dentre todos os países participantes da Copa, temos a nada otimista décima oitava posição, com módicos 2,5%. Quando comparado com os nossos vizinhos sul-americanos, o nosso desempenho é o pior do continente, ficando atrás de Chile (4,5%), Colômbia (4,16%), Equador (4%), Uruguai (3,3%) e Argentina (2,75%). Dentro do grupo A, que contém os nossos rivais da primeira fase, ficamos em terceiro, atrás de Camarões (4,9%), México (3%), superando apenas a Croácia (1,5%).

Desta forma, nos resta torcer para que o desempenho dentro de campo do time de Felipão seja superior ao desempenho econômico apresentado fora das quatro linhas, caso contrário, não passaremos sequer da primeira fase.

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