Por Mario Rene
Esta semana selecionei três contrapontos que primam pela incoerência.
O primeiro, e digamos assim, o mais ‘singelo’, foi a nomeação fartamente noticiada pela Imprensa do homofóbico deputado federal Marco Feliciano para o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.O clichê “raposa tomando conta do galinheiro” chega a ser ‘pinto’ (com o perdão do chiste) perto disso.
Agora, o segundo: a Imprensa divulgou, nas últimas duas semanas, que o ex-técnico do Flamengo, recém-demitido, recebia mensalmente algo entre R$600.000,00 e 700.000,00.
O que, em um primeiro raciocínio simplista que fiz, resultou, em cálculos redondos, algo em torno de 1000 salários mínimos, ou aproximadamente 80 anos de trabalho.
Não, eu não errei não: não são 80 meses, são 80 anos – ou mais de uma vida de um trabalhador de salário mínimo, correspondia ao salário de um treinador de, digamos assim, segunda linha.
O número soa ainda mais absurdo se lembrarmos que o citado clube possui um débito acumulado de milhões de reais para com a Previdência.
E, finalmente, o terceiro, que ao invés de contraponto podemos denominar acinte.
A Delegação do governo brasileiro, na forma de sua presidente, mais quatro ministros e vários e vários assessores e aspones de toda natureza gastou, para a posse do novo Papa Francisco, em três dias de Roma, uma pequena fortuna superior a R$325.000, não computando as passagens aéreas.
Optaram por ficar em luxuosos hotéis de cinco estrelas, quando tinham a possibilidade de se hospedar na “modesta” embaixada, na Piazza Navona. Para se locomover, 21 veículos, entre carros blindados, sedans, limusines e vans especiais.
Soa como disparate esta verdadeira contradição, ou contraponto (!) tamanha pompa presidencial paralela a um símbolo de despojamento do novo papa, ao escolher o nome Francisco como sua nova identidade. É até irônico perante a proposição papal de que os fiéis doassem aos pobres o dinheiro que iriam gastar para viajar a Roma para a sua posse.
Parece mesmo que o bom senso é um predicado em extinção…